O suicídio representa um grave desafio de saúde pública em escala mundial, resultando na perda anual de mais de 700 mil vidas, com uma incidência significativa entre a população jovem. No contexto brasileiro, a taxa de mortalidade por suicídio tem uma média de 5,23 por 100 mil habitantes. A despeito da existência de diversas diretrizes destinadas ao manejo do comportamento suicida, percebe-se a ausência de protocolos desenvolvidos sob os rigores da medicina baseada em evidências específicos para o panorama brasileiro do suicídio. Este estudo visa estabelecer diretrizes fundamentais para a intervenção junto a pacientes demonstrando comportamento suicida no Brasil. O desenvolvimento destas diretrizes contou com a participação de onze psiquiatras renomados, escolhidos pela Comissão de Emergências Psiquiátricas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com base em sua vasta experiência e conhecimento especializado tanto na psiquiatria geral quanto no tratamento de emergências psiquiátricas. A elaboração destas diretrizes foi embasada na análise criteriosa de diversos artigos científicos, selecionados após o exame preliminar de 5362 registros. Neste suplemento procurou-se traduzir os 3 artigos das diretrizes e atualizar, sem alterar sua essência, para a língua portuguesa as informações de maior relevância clínica.