RESUMO -Os autores apresentam estudo transversal da prevalência da discinesia tardia (DT) em pacientes internados em unidades psiquiátricas da cidade de Salvador durante o mês de setembro-1992. Após revisão da literatura, comentam a prevalência média de DT encontrada: 1,65% na população de 2115 pacientes, usando protocolo baseado na escala de Simpson.PALAVRAS-CHAVE: discinesia tardia, prevalência, neurolépticos.The occurrence of tardive dyskinesia on inpatients from Salvador, Bahia, Brazil SUMMARY -The authors present a cross-sudy on the occurrence of tardive dyskinesia (TD) among inpatients of psychiatric units of the city of Salvador during the month of September, 1992. After reviewing the literature, they comment the average prevalence found for TD: 1,65% in a population of 2,115 patients using a protocol based on the Simpson Scale.KEY WORDS: tardive dyskinesia, prevalence, neuroleptic drugs.O aparecimento de clorpromazina, na década de 50, trouxe enorme avanço e esperança no tratamento dos disturbios psiquiátricos. Desde então, o número de substâncias neurolépticas sintetizadas aumentou consideravelmente, trazendo benefícios no tratamento das psicoses, principalmente reduzindo o período de internação dos pacientes 3 . No entanto, logo após a introdução das drogas neurolépticas, sinais extrapiramidais foram observados precocemente no tratamento, desaparecendo com a descontinuação da droga, sendo aliviados por medicamentos antiparkinsonianos 6 . Na própria década de 50, movimentos discinéticos involuntários, às vezes persistentes, foram encontrados tardiamente no tratamento com os neuroléticos 6 . Foram inicialmente denominados de "síndrome bucolingomastigatória" e, subsequentemente, de "síndrome de insuficiência extrapiramidal terminal". O termo discinesia tardia (DT) (discinesia de início tardio e persistente), correntemente utilizado, foi aplicado pela primeira vez em 1964 por Faurbye e col., segundo Marsden 7 . Trata-se de síndrome vinculada ao uso prolongado de neurolépticos, que se caracteriza pelo aparecimento de movimentos hipercinéticos involuntários, afetando predominantemente a língua, lábios e outros músculos faciais, frequentemente acompanhados por movimentos coreoatetósicos, com envolvimento de pernas e tronco 2,8 ' 10