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A pretensão de predizer ou antecipar o futuro sobre os negócios motivou consultorias, gestores e pesquisadores ao longo do tempo. Esse foi o desafio de especialistas e pesquisadores em diversos assuntos como John Naisbitt, que escreveu sobre “Magatências” na década de noventa (Naisbitt, 1982), bem como Slaughter (2002), que com seu artigo apresentou vários trabalhos que tratavam de questões como tecnologia, sustentabilidade, entre outros, que impactarão a sociedade no futuro. No campo do gerenciamento de projetos essa discussão pode ser vista em Morris (2010), Padalkar e Gopinath (2016), Wawak e Woźniak (2020), Alshaikhi e Khayyat (2021), March e Dalcher (2022) e Locatelli et al. (2023). Estes autores trataram de questões como o desenvolvimento de novas competências para profissionais que trabalham com projetos, mudanças para lidar com o uso intensivo de tecnologias da Indústria 4.0, além do desafio de incorporar à sustentabilidade nas suas dimensões sociais, ambientais e econômicas em todo o ciclo de vida de um projeto. Com relação aos avanços tecnológicos, a sociedade contemporânea tem tentado incorporar de forma mais natural tecnologias digitais como a Inteligência Artificial, Digital Twin, Internet das Coisas, Blockchain, entre outras tecnologias relacionadas à Indústria 4.0 (Sankaran, Jacobsson, & Blomquist, 2021). Neste sentido, nós podemos evidenciar neste ano de 2023 a democratização da Inteligência Artificial Generativa, como ChatGPT, BARD, entre outros, que estão influenciando processos de trabalho e a forma como entregamos valor aos clientes. Um exemplo das mudanças que podem se tornar cada vez mais comuns é tornar uma aplicação de Inteligência Artificial membro da equipe de um projeto (Marnewick & Marnewick, 2019), o que pode se tornar uma tendência dentro e fora de ambientes de trabalho. Não obstante as questões relacionadas à evolução tecnológica, ainda é preciso lidar com as barreiras organizacionais para incorporar a sustentabilidade nos diversos contextos de produção e consumo (Martens & Carvalho, 2016; Toljaga-Nikolić et al., 2020), o que se torna um desafio para a área de projetos de qualquer organização. Apesar dos desafios, estudiosos e praticantes da gestão de projetos tem discutido intensivamente em como gerar sustentabilidade a partir dos projetos e com os projetos (Stanitsas, Kirytopoulos, & Leopoulos, 2021; Ma et al., 2020). Embora sejam evidentes os desafios supracitados, muitas outras questões surgem ao adaptar as estruturas organizacionais e sociais a fim de resolver problemas na alocação de recursos, no desenho de novos processos e no desenvolvimento de novas competências. Neste sentido, podemos dizer que um projeto constitui a forma pela qual a transformação de organizações, cidades, ou mesmo de um país acontece, sendo que o gerenciamento de projetos teve e ainda tem um papel fundamental para lidar com as mudanças advindas do processo de evolução da sociedade (Marnewick & Marnewick, 2019). Com relação às organizações de modo geral, nós podemos dizer que sua capacidade de competir está diretamente relacionada à capacidade de criar e gerir projetos. Portanto, o gerenciamento de projetos não fornece somente práticas de gestão, mas também orienta mudanças nas estruturas organizacionais para a projetização de suas atividades a fim de lidar com as mudanças em seu ambiente interno e externo (Lundin et al., 2015). Assim, estruturas temporárias permitem uma melhor utilização dos recursos para alcance dos objetivos organizacionais, sejam eles da iniciativa privada ou do setor público, o que também aumenta a capacidade de adaptação frente as adversidades das organizações (Dalcher, 2022). Com relação às abordagens de gerenciamento de projetos, as evidências apontam para uma mudança paradigmática de práticas orientadas ao planejamento para aquelas orientadas para entrega de valor (Bizarrias, Penha, & Silva, 2021), sendo essas últimas compreendidas na abordagem ágil de gerenciamento de projetos. Corroborando essa perspectiva, o 15º relatório State of Agile (Digital.ai, 2021) apontou para um crescimento da adoção dos métodos ágeis em equipes de desenvolvimento de TI. Neste mesmo sentido, a transformação ágil e o Business Agility se tornaram meios para obter competitividade por meio de uma maior capacidade de adaptação das estruturas organizacionais em responder aos desafios de mercado (Dikert, Paasivaara, & Lassenius, 2016). Além deste avanço das abordagens ágeis, se faz necessário ressaltar a necessidade de se ter métodos híbridos como uma alternativa à utilização de abordagens de gerenciamento de projetos puramente orientadas ao planejamento, ou ainda a adoção de práticas ágeis sem uma devida estrutura que a suporte (Gemino, Reich, & Serrador, 2021). Com base neste contexto, os editores desta edição especial trazem artigos de perspectiva, ou seja, artigos opinativos que apresentam uma visão para acadêmicos e praticantes sobre “O Futuro do gerenciamento de projetos”. O desafio nesta edição especial foi contemplar várias perspectivas, como por exemplo, a gestão de projetos públicos e privados, além das questões relacionadas a tecnologia e a sustentabilidade. Para esta edição apresentamos sete artigos que tratam sobre o futuro dos projetos públicos, aspectos relacionados ao uso de tecnologias, bem como o envelhecimento dos profissionais de projetos e a renovação das competências no contexto dos projetos. O artigo “Explorando o futuro das pesquisas em gerenciamento de projetos” de Ralf Müller apresenta tendências presentes em revistas relevantes sobre o futuro da pesquisa sobre gerenciamento de projetos. Müller (2023) destaca que os pesquisadores devem compreender a transição do gerenciamento de projetos baseado em processos para o gerenciamento de projetos baseado em princípios. Outros tópicos relevantes como o lado humano nos projetos, a sustentabilidade e a Inteligência Artificial também são explorados. Müller (2023) divide as oportunidades de pesquisa em cinco tópicos: (i) Pesquisa sobre gerenciamento de projetos e os Grandes Desafios; (ii) Pesquisa sobre o lado humano da gestão de projetos; (iii) Pesquisa sobre o entendimento geral de gerenciamento de projetos; (iv) Pesquisa de ferramentas e técnicas avançadas; (v) Métodos e abordagens de investigação emergentes. O artigo “Alguns insights sobre o futuro da gestão de projetos na administração pública” de Stanislaw Gasik indica algumas oportunidades e desafios para a gestão de projetos no setor público. Gasik (2023) destaca temas como a projetização da administração pública, a criação de estruturas para apoiar os prestadores de serviços na realização de seus trabalhos e, especialmente, na resolução dos problemas nos projetos públicos. Gasik (2023) indica também, que no futuro, mais decisões relacionadas aos projetos do setor público serão tomadas pelas comunidades envolvidas - stakeholders. Essa tendência está relacionada à despolitização dos projetos, que deve ser facilitada pelas formas virtuais e remotas de comunicação entre a comunidade e a administração pública. O artigo “A gestão de projetos vistos como sistemas não lineares, complexos e dinâmicos de forma adaptativa e híbrida” de Leando Patah apresenta, entre outros tópicos relevantes, a discussão sobre a adoção dos métodos ágeis e híbridos para adequação à cada contexto do projeto. Patah (2023) destaca a importância de observar os projetos como sistemas, sendo que esses podem ser compreendidos como sistemas lineares e não lineares. Essa perspectiva ajuda a compreender propriedades dos sistemas, análogas aos projetos, como aditividade, homogeneidade, sinergias e interferências. Outro ponto de destaque neste artigo é a oportunidade de tratar a complexidade inerente aos projetos. Ao final, Patah (2023) faz uma provocação ao propor que o gerenciamento de projetos deverá ser visto como um sistema não-linear, complexo e dinâmico. O artigo “Tendências nos projetos de desenvolvimento de sistemas no setor público” de Enock Godoy de Souza, Igor Pinheiro Lagreca de Sales Cabral e Roberto Lopes de Carvalho trata de oportunidades de pesquisa em processos de gestão de projetos de Tecnologia da Informação no setor público. Souza, Cabral e Carvalho (2023) são Auditores Fiscais da Receita Estadual e atuam no Departamento de TI ou no Departamento de Gestão Estratégica e de Projetos da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo. Os autores trazem principalmente uma perspectiva prática sobre a realidade de gestão de projetos de Tecnologia da Informação no setor público. Um dos pontos de destaque neste artigo está relacionado à tendência da adoção da abordagem ágil na gestão pública de projetos, que é fortemente influenciada pela Transformação Digital, a adoção de Objective and Key Results (OKR), Inteligência Artificial e Ciência de Dados. Uma oportunidade de pesquisa destacada pelos autores é a expectativa de evolução das métricas usadas para avaliar o resultado dos projetos, o que contribuiria na substituição do método de pontos de função. O artigo “O futuro das competências em gerenciamento de projetos: Como fazer a escolha certa das competências para os profissionais de seu projeto?” de Nelson Rosamilha apresenta discussão sobre a adequação das competências dos profissionais de acordo com tipos de projetos. Rosamilha (2023) parte de uma pesquisa prévia que apresentou 170 competências de gerenciamento de projetos categorizadas por competências comuns, relevantes e exclusivas, que foram distribuídas em diferentes tipologias de projetos. O autor pressupõe que as competências necessárias para atuar em projetos são as que melhor se adéquam ao contexto das tipologias de projetos por meio da abordagem de Funil de Competências. Neste sentido, Rasamilha (2023) aponta que as competências do futuro para os profissionais de projetos devem ser contextualizadas em tipos específicos de projetos. Além disso, um aspecto relevante para estudos futuros é a compreensão de que as competências que antes estavam restritas aos gerentes de projetos, agora estão distribuídas entre os profissionais envolvidos nos projetos. O artigo “Perspectivas futuras para a gestão de projetos e sua relação com a sustentabilidade das organizações” de Marcio Pimenta, Bruno Leonardo e Paula Pimenta trouxe perspectivas futuras mais relevantes acerca da gestão de projetos e sua relação com a sustentabilidade organizacional. Pimenta, Leonardo e Pimenta (2023) apontam para cinco perspectivas de futuro para a gestão de projetos: (i) um futuro enevoado e turbulento, (ii) um futuro tecnológico e disruptivo, (iii) um futuro repleto de novas habilidades, (iv) um futuro para construir a sustentabilidade e (v) um futuro desafiador para a diversidade. Um dos destaques do artigo é a visão da reciclagem de profissionais e a retenção das competências por conta de restrições de contratação de profissionais mais velhos – idadismo. Neste sentido, os autores alertam para a necessidade de um planejamento estratégico do envelhecimento dos profissionais para lidar com um suposto apagão, no futuro, de profissionais e competências no contexto da gestão de projetos. O artigo “Desbravando o futuro do gerenciamento de projetos: Tendências e oportunidades emergentes no contexto brasileiro” de Jeferson Kerbes, Sidnei Vieira Marinho e Ovidio Felippe Pereira da Silva Junior apresenta opiniões e perspectivas a partir da discussão com 15 profissionais que atuam com gerenciamento de projetos no Brasil. Kerbes, Marinho e Da Silva (2023) trazem insights obtidos destes profissionais considerando as áreas temáticas de Gestão, Liderança, Temas e Áreas de Gerenciamento, Ferramentas, Ambiente e Profissionais. Os autores confrontam os insights gerados com estudos prévios. Um dos pontos de destaque no artigo é a adequação das competências dos profissionais envolvidos em projetos a fim de quebrar resistências à mudança ou à adoção de novas tecnologias.
A pretensão de predizer ou antecipar o futuro sobre os negócios motivou consultorias, gestores e pesquisadores ao longo do tempo. Esse foi o desafio de especialistas e pesquisadores em diversos assuntos como John Naisbitt, que escreveu sobre “Magatências” na década de noventa (Naisbitt, 1982), bem como Slaughter (2002), que com seu artigo apresentou vários trabalhos que tratavam de questões como tecnologia, sustentabilidade, entre outros, que impactarão a sociedade no futuro. No campo do gerenciamento de projetos essa discussão pode ser vista em Morris (2010), Padalkar e Gopinath (2016), Wawak e Woźniak (2020), Alshaikhi e Khayyat (2021), March e Dalcher (2022) e Locatelli et al. (2023). Estes autores trataram de questões como o desenvolvimento de novas competências para profissionais que trabalham com projetos, mudanças para lidar com o uso intensivo de tecnologias da Indústria 4.0, além do desafio de incorporar à sustentabilidade nas suas dimensões sociais, ambientais e econômicas em todo o ciclo de vida de um projeto. Com relação aos avanços tecnológicos, a sociedade contemporânea tem tentado incorporar de forma mais natural tecnologias digitais como a Inteligência Artificial, Digital Twin, Internet das Coisas, Blockchain, entre outras tecnologias relacionadas à Indústria 4.0 (Sankaran, Jacobsson, & Blomquist, 2021). Neste sentido, nós podemos evidenciar neste ano de 2023 a democratização da Inteligência Artificial Generativa, como ChatGPT, BARD, entre outros, que estão influenciando processos de trabalho e a forma como entregamos valor aos clientes. Um exemplo das mudanças que podem se tornar cada vez mais comuns é tornar uma aplicação de Inteligência Artificial membro da equipe de um projeto (Marnewick & Marnewick, 2019), o que pode se tornar uma tendência dentro e fora de ambientes de trabalho. Não obstante as questões relacionadas à evolução tecnológica, ainda é preciso lidar com as barreiras organizacionais para incorporar a sustentabilidade nos diversos contextos de produção e consumo (Martens & Carvalho, 2016; Toljaga-Nikolić et al., 2020), o que se torna um desafio para a área de projetos de qualquer organização. Apesar dos desafios, estudiosos e praticantes da gestão de projetos tem discutido intensivamente em como gerar sustentabilidade a partir dos projetos e com os projetos (Stanitsas, Kirytopoulos, & Leopoulos, 2021; Ma et al., 2020). Embora sejam evidentes os desafios supracitados, muitas outras questões surgem ao adaptar as estruturas organizacionais e sociais a fim de resolver problemas na alocação de recursos, no desenho de novos processos e no desenvolvimento de novas competências. Neste sentido, podemos dizer que um projeto constitui a forma pela qual a transformação de organizações, cidades, ou mesmo de um país acontece, sendo que o gerenciamento de projetos teve e ainda tem um papel fundamental para lidar com as mudanças advindas do processo de evolução da sociedade (Marnewick & Marnewick, 2019). Com relação às organizações de modo geral, nós podemos dizer que sua capacidade de competir está diretamente relacionada à capacidade de criar e gerir projetos. Portanto, o gerenciamento de projetos não fornece somente práticas de gestão, mas também orienta mudanças nas estruturas organizacionais para a projetização de suas atividades a fim de lidar com as mudanças em seu ambiente interno e externo (Lundin et al., 2015). Assim, estruturas temporárias permitem uma melhor utilização dos recursos para alcance dos objetivos organizacionais, sejam eles da iniciativa privada ou do setor público, o que também aumenta a capacidade de adaptação frente as adversidades das organizações (Dalcher, 2022). Com relação às abordagens de gerenciamento de projetos, as evidências apontam para uma mudança paradigmática de práticas orientadas ao planejamento para aquelas orientadas para entrega de valor (Bizarrias, Penha, & Silva, 2021), sendo essas últimas compreendidas na abordagem ágil de gerenciamento de projetos. Corroborando essa perspectiva, o 15º relatório State of Agile (Digital.ai, 2021) apontou para um crescimento da adoção dos métodos ágeis em equipes de desenvolvimento de TI. Neste mesmo sentido, a transformação ágil e o Business Agility se tornaram meios para obter competitividade por meio de uma maior capacidade de adaptação das estruturas organizacionais em responder aos desafios de mercado (Dikert, Paasivaara, & Lassenius, 2016). Além deste avanço das abordagens ágeis, se faz necessário ressaltar a necessidade de se ter métodos híbridos como uma alternativa à utilização de abordagens de gerenciamento de projetos puramente orientadas ao planejamento, ou ainda a adoção de práticas ágeis sem uma devida estrutura que a suporte (Gemino, Reich, & Serrador, 2021). Com base neste contexto, os editores desta edição especial trazem artigos de perspectiva, ou seja, artigos opinativos que apresentam uma visão para acadêmicos e praticantes sobre “O Futuro do gerenciamento de projetos”. O desafio nesta edição especial foi contemplar várias perspectivas, como por exemplo, a gestão de projetos públicos e privados, além das questões relacionadas a tecnologia e a sustentabilidade. Para esta edição apresentamos sete artigos que tratam sobre o futuro dos projetos públicos, aspectos relacionados ao uso de tecnologias, bem como o envelhecimento dos profissionais de projetos e a renovação das competências no contexto dos projetos. O artigo “Explorando o futuro das pesquisas em gerenciamento de projetos” de Ralf Müller apresenta tendências presentes em revistas relevantes sobre o futuro da pesquisa sobre gerenciamento de projetos. Müller (2023) destaca que os pesquisadores devem compreender a transição do gerenciamento de projetos baseado em processos para o gerenciamento de projetos baseado em princípios. Outros tópicos relevantes como o lado humano nos projetos, a sustentabilidade e a Inteligência Artificial também são explorados. Müller (2023) divide as oportunidades de pesquisa em cinco tópicos: (i) Pesquisa sobre gerenciamento de projetos e os Grandes Desafios; (ii) Pesquisa sobre o lado humano da gestão de projetos; (iii) Pesquisa sobre o entendimento geral de gerenciamento de projetos; (iv) Pesquisa de ferramentas e técnicas avançadas; (v) Métodos e abordagens de investigação emergentes. O artigo “Alguns insights sobre o futuro da gestão de projetos na administração pública” de Stanislaw Gasik indica algumas oportunidades e desafios para a gestão de projetos no setor público. Gasik (2023) destaca temas como a projetização da administração pública, a criação de estruturas para apoiar os prestadores de serviços na realização de seus trabalhos e, especialmente, na resolução dos problemas nos projetos públicos. Gasik (2023) indica também, que no futuro, mais decisões relacionadas aos projetos do setor público serão tomadas pelas comunidades envolvidas - stakeholders. Essa tendência está relacionada à despolitização dos projetos, que deve ser facilitada pelas formas virtuais e remotas de comunicação entre a comunidade e a administração pública. O artigo “A gestão de projetos vistos como sistemas não lineares, complexos e dinâmicos de forma adaptativa e híbrida” de Leando Patah apresenta, entre outros tópicos relevantes, a discussão sobre a adoção dos métodos ágeis e híbridos para adequação à cada contexto do projeto. Patah (2023) destaca a importância de observar os projetos como sistemas, sendo que esses podem ser compreendidos como sistemas lineares e não lineares. Essa perspectiva ajuda a compreender propriedades dos sistemas, análogas aos projetos, como aditividade, homogeneidade, sinergias e interferências. Outro ponto de destaque neste artigo é a oportunidade de tratar a complexidade inerente aos projetos. Ao final, Patah (2023) faz uma provocação ao propor que o gerenciamento de projetos deverá ser visto como um sistema não-linear, complexo e dinâmico. O artigo “Tendências nos projetos de desenvolvimento de sistemas no setor público” de Enock Godoy de Souza, Igor Pinheiro Lagreca de Sales Cabral e Roberto Lopes de Carvalho trata de oportunidades de pesquisa em processos de gestão de projetos de Tecnologia da Informação no setor público. Souza, Cabral e Carvalho (2023) são Auditores Fiscais da Receita Estadual e atuam no Departamento de TI ou no Departamento de Gestão Estratégica e de Projetos da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo. Os autores trazem principalmente uma perspectiva prática sobre a realidade de gestão de projetos de Tecnologia da Informação no setor público. Um dos pontos de destaque neste artigo está relacionado à tendência da adoção da abordagem ágil na gestão pública de projetos, que é fortemente influenciada pela Transformação Digital, a adoção de Objective and Key Results (OKR), Inteligência Artificial e Ciência de Dados. Uma oportunidade de pesquisa destacada pelos autores é a expectativa de evolução das métricas usadas para avaliar o resultado dos projetos, o que contribuiria na substituição do método de pontos de função. O artigo “O futuro das competências em gerenciamento de projetos: Como fazer a escolha certa das competências para os profissionais de seu projeto?” de Nelson Rosamilha apresenta discussão sobre a adequação das competências dos profissionais de acordo com tipos de projetos. Rosamilha (2023) parte de uma pesquisa prévia que apresentou 170 competências de gerenciamento de projetos categorizadas por competências comuns, relevantes e exclusivas, que foram distribuídas em diferentes tipologias de projetos. O autor pressupõe que as competências necessárias para atuar em projetos são as que melhor se adéquam ao contexto das tipologias de projetos por meio da abordagem de Funil de Competências. Neste sentido, Rasamilha (2023) aponta que as competências do futuro para os profissionais de projetos devem ser contextualizadas em tipos específicos de projetos. Além disso, um aspecto relevante para estudos futuros é a compreensão de que as competências que antes estavam restritas aos gerentes de projetos, agora estão distribuídas entre os profissionais envolvidos nos projetos. O artigo “Perspectivas futuras para a gestão de projetos e sua relação com a sustentabilidade das organizações” de Marcio Pimenta, Bruno Leonardo e Paula Pimenta trouxe perspectivas futuras mais relevantes acerca da gestão de projetos e sua relação com a sustentabilidade organizacional. Pimenta, Leonardo e Pimenta (2023) apontam para cinco perspectivas de futuro para a gestão de projetos: (i) um futuro enevoado e turbulento, (ii) um futuro tecnológico e disruptivo, (iii) um futuro repleto de novas habilidades, (iv) um futuro para construir a sustentabilidade e (v) um futuro desafiador para a diversidade. Um dos destaques do artigo é a visão da reciclagem de profissionais e a retenção das competências por conta de restrições de contratação de profissionais mais velhos – idadismo. Neste sentido, os autores alertam para a necessidade de um planejamento estratégico do envelhecimento dos profissionais para lidar com um suposto apagão, no futuro, de profissionais e competências no contexto da gestão de projetos. O artigo “Desbravando o futuro do gerenciamento de projetos: Tendências e oportunidades emergentes no contexto brasileiro” de Jeferson Kerbes, Sidnei Vieira Marinho e Ovidio Felippe Pereira da Silva Junior apresenta opiniões e perspectivas a partir da discussão com 15 profissionais que atuam com gerenciamento de projetos no Brasil. Kerbes, Marinho e Da Silva (2023) trazem insights obtidos destes profissionais considerando as áreas temáticas de Gestão, Liderança, Temas e Áreas de Gerenciamento, Ferramentas, Ambiente e Profissionais. Os autores confrontam os insights gerados com estudos prévios. Um dos pontos de destaque no artigo é a adequação das competências dos profissionais envolvidos em projetos a fim de quebrar resistências à mudança ou à adoção de novas tecnologias.
O desenvolvimento sustentável no contexto organizacional cresce em relevância social em razão de sua importância para a preservação do meio ambiente e por proporcionar melhores condições de vida para a humanidade. Neste cenário, o ecodesign se fortalece enquanto prática que visa desenvolver produtos e processos considerando os impactos ambientais envolvidos e com o intuito de reduzir os efeitos nocivos ao meio ambiente. Frente a este contexto, o presente estudo objetivou avaliar os impactos ambientais decorrentes do processamento e comercialização do palmito pupunha por meio da aplicação de estratégias do Ecodesign. A ferramenta escolhida para a aplicação é o Diagrama de Estratégias do Ecodesign. O trabalho caracteriza-se como um estudo de caso e os métodos de coleta de dados foram a entrevista semiestruturada e a observação assistemática. A empresa estudada localiza-se no Vale do Ribeira – Brasil e atua no processamento e comercialização de palmito pupunha. Como resultado, foi possível identificar alguns impactos ambientais causados pela agroindústria estudada, e sugerir algumas medidas atenuantes, como melhorar a padronização e automatização dos processos, uso de energias limpas, uso racional e redução do desperdício de água do processo e criação de um programa de logística reversa para as embalagens.
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