Foram muitas as pessoas que cruzaram meus caminhos, acolheram-me e tornaram possível esta pesquisa -que, afinal, pertence mais ao campo dos afetos do que ao de uma racionalidade científica desengajada. Começando pelo lado Runa desta história, todas as palavras são insuficientes para expressar minha gratidão ao povo e às pessoas de Sarayaku. Assumindo o risco do olvido, devo nomear e agradecer especialmente algumas delas."Primero lo primero", como se diz no Equador, agradeço ao Felix Santi. Foi graças à sua abertura e autorização, ainda em 2014, que minha relação com Sarayaku pôde florescer. Sou infinitamente grata ao Marlon Santi, quem, após o aval de Félix, nos levou para conhecer seu território e nos acolheu em sua casa -que se tornaria minha própria casa, a partir de 2018. Marlon me tratou como filha, com todo respeito e cuidado que uma tal relação implica. Agradeço profundamente por tudo o que você me ensinou sobre seu mundo e sobre outros mundos, bem como pelos espaços que abriu para conhecer um pouquinho do meu.O convívio inaugurado por Marlon seria cuidadosamente sustentado por Mirian Cisneros, a quem dedico meu mais profundo e especial agradecimento. Sem você, minha querida amiga, nada disso teria sido possível. Agradeço por ter me acolhido em sua casa mesmo quando ainda éramos estranhas conhecidas. Agradeço por ter me ensinado que é no cuidado cotidiano onde se constrói cumplicidades. Agradeço por ter compartilhado comigo fragmentos de sua vida, apesar das minhas falhas -que foram e são muitas. Que venham mais e mais histórias! Agradeço ao Marcelo Limber Santi, ser humano mais generoso que conheço, por diariamente me ensinar não apenas sobre seu mundo, a beleza e o poder dos grafismos e das miçangas, mas também sobre como me mover em territórios de linguagens até então desconhecidos por mim. Ao Daniel Santi, ñuka wawki: sou infinitamente grata por nossa amizade, por tudo o que você me ensinou e continua me ensinando; por sempre se fazer presente, por nunca me deixar esquecer, por estar sempre aberto e disposto a conversar sobre as minúcias de minhas muitas dúvidas. À Betsy Santi, Zenaida Yasacama e Akamarito, os outros cantos dessa roda, como diz meu amigo Geraldo: vocês são exemplos e inspiração infinitos. Agradeço com todo meu coração o acolhimento, apesar de minhas fraquezas e inabilidades. Ao tio Venâncio e à tia Eliza; à minha comadre Noroi, ao compadre Eloy e à minha afilhada Nely Lucely, la Arañita; à Rosa, ao Timoteo e a tantas outras pessoas que compõem essa grande rede: obrigada por ampliarem minha família e expandirem meus afetos. Carrego comigo a paz das agradáveis tardes que passamos tomando chicha e conversando -pois talvez nada nesse mundo seja mais importante do que desfrutarmos tranquilamente a boa vida entre os nossos.Meu muitíssimo obrigada à Serafina, Lupe, Alegria e à todas as outras mulheres que incansavelmente cuidaram de mim e de muitas pessoas. Suas ações me permitiram não apenas ter saúde e tempo para seguir aprendendo, mas também alegria, segurança e força. Peço desculpas por m...