O acelerado crescimento demográfico resulta em impacto financeiro nas políticas sociais e de saúde, emergindo preocupações acerca dos cuidados dispensados às pessoas idosas. O aumento da longevidade resulta na elevação da ocorrência de doenças e agravos não transmissíveis (DANT) e figuram como principais causas de adoecimento e morte. Com isso, o cuidado voltado às pessoas idosas se configura como um desafio no campo das políticas de saúde vigente, entre elas, a Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivo: discorrer sobre desafios enfrentados pelas equipes de Saúde da Família (eSF) para a integralidade da assistência à pessoa idosa no âmbito da APS. Método: trata-se de uma revisão sistemática de literatura, para a qual foram estabelecidos os seguintes métodos: delimitação do objetivo e questão da pesquisa, seleção das bases de consulta, estratégias para a busca do conteúdo, elaboração de estratégias para busca avançada, seleção de estudos e sistematização das informações encontradas. As bases selecionadas para a busca dos estudos foram LILACS e MEDLINE, a partir dos seguintes critérios: artigos, publicados entre 2017 a 2022, nos idiomas inglês e português, com textos disponíveis. Foram identificados 59 estudos que após a leitura dos seus títulos e objetivos excluiu-se 40 deles, restando 19, para compor a amostra dessa revisão. Resultados: falta de qualificação, rotatividade, falta de humanização, falta de priorização do idoso, inobservância, incipiência e fragmentação na oferta dos serviços, baixo desempenho, ausência de ações abrangentes, barreiras na criação de vínculo, falta de autonomia, dificuldades no atendimento integral e longitudinal, insuficiência no quantitativo de ACS, dificuldade de acesso, insatisfação do idoso, busca por outros níveis de atenção, baixa adesão ao tratamento, sexo, idade, renda, distância residência-unidade, baixa escolaridade, memória fraca, desemprego, baixa compreensão do controle medicamentoso, dependência em atividades instrumentais de vida diária, dependência de cuidados de terceiros, baixa qualidade de vida, comorbidades, polifarmácia, queixas cognitivas, sinais de alterações de humor e dificuldades de compreensão foram identificados como desafios enfrentados pelas eSF para a integralidade da assistência ao idoso no âmbito da APS. Conclusão: o investimento em ações educativas e intervenções de apoio que visem estreitar o vínculo e promover o desenvolvimento de competências e habilidades para a promoção do cuidado integral ao idoso são imprescindíveis para diminuir as dificuldades frente à assistência e prática profissional. É imperativo que os profissionais que constituem as eSF da APS repensem criticamente a sua prática em relação à assistência ao idoso, conheçam a realidade a que eles estão inseridos e possuam entendimento da significância do envelhecimento saudável e seu impacto na qualidade de vida dessa população. Para isso, é preciso fortalecer a prática profissional no campo da atenção à saúde do idoso, formulando estratégias que visem à (re)organização do processo de trabalho das eSF para o alcance de ações e metas que promovam uma abordagem sistematizada para o atendimento integral ao idoso na APS.