O serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) apresenta resultados clínicos, humanísticos e econômicos positivos em vários cenários de prática. Estudos já elucidaram os componentes necessários para sua implantação. Apesar disso, a maioria das iniciativas ainda não tem sucesso na perenização da oferta do serviço em longo prazo. Assim, este estudo objetivou compreender elementos que contribuem para a consolidação e perenização do serviço de GTM. A metodologia escolhida foi a teoria fundamentada nos dados. No período de maio de 2019 a fevereiro de 2020, entrevistas semiestruturadas foram conduzidas com oito farmacêuticos e quatro gestores que vivenciaram a oferta do GTM em diversos cenários da saúde pública e privada de Belo Horizonte e região metropolitana. Foram utilizados também registros em diários de campo da pesquisadora e análise de documentos. Após análise sistemática dos dados, como preconizado pela teoria fundamentada, foram identificadas três categorias determinantes no processo de sustentabilidade do GTM. A primeira, denominada “O cuidado colaborativo é essencial: Não dá pra pensar em GTM somente como a díade farmacêutico e paciente”, que aborda a essencialidade das parcerias profissionais para fortalecer o serviço. A segunda categoria, “Negociando a sustentabilidade do GTM”, avalia elementos importantes acerca da gestão do serviço. E a terceira, “Quem vai pagar pelo serviço?”, analisa as possibilidades de recursos nos sistemas de saúde para financiamento do serviço. Os resultados revelaram que a consolidação dos serviços de GTM é um processo estratégico, que exige um planejamento cuidadoso iniciado na implantação do serviço.