Conservar a diversidade genética mantém a variabilidade, necessária à adaptação das espécies. Astronium urundeuva (M. Allemão) Engl. (Anacardiaceae) é conhecida e explorada em função de sua madeira, mas avanços nas fronteiras agrícolas também afetou a sua distribuição. Os objetivos deste estudo foram caracterizar progênies de A. urundeuva, distribuídas em diferentes regiões geográficas e idades. Parâmetros genéticos de três testes de progênies e procedências, dois de origem de áreas de Cerrado, e uma de área de transição de Mata Atlântica/Cerrado foram estimados para caracteres de crescimento, padronizados pela estatística Z, e caracteres reprodutivos, medidos em 2019, em Selvíria-MS. Os dados também foram avaliados quanto à eficiência, a partir de covariável índice de falhas quanto à competição entre indivíduos. A sexagem foi determinada pelo florescimento individual. A partir dos resultados iniciais, a seleção das melhores progênies foi feita com avaliação da sobreposição de gerações (com inclusão das mães) e com correlações de Spearman entre efeitos aditivos (a) e de dominância (d). Os resultados mostraram que modelos com covariáveis foram ineficientes (-26.18% > EF% > 2.34%). As populações estão em desequilíbrio sexual (1♀:2♂), relacionada à distribuição espacial da espécie e características ecológicas. Com poucas mães superiores (2-9 por população), há indicação de que os cruzamentos podem ser aparentados. Uma correlação significativa entre a e d (S=0.7415, p < 0.01, em média) mostrou que tanto as sementes como os propágulos podem ser utilizados e, ainda assim, haverão ganhos genéticos. A espécie mostrou ser longeva, de crescimento lento, sem interferência competitiva, em função do espaçamento de plantio, um comportamento típico de espécies do Cerrado.