RESUMOFoi encaminhado ao setor de Patologia Animal da Universidade Federal de Uberlândia um caprino, macho sem raça definida, adulto, proveniente de uma caprinocultura localizada no município de Uberlândia. O animal havia morrido após manifestações de sinais clínicos respiratórios e intolerância a exercícios físicos. O exame necroscópico revelou artéria aorta rígida, com intima de aspecto rugoso, espessamento da parede e presença de placas irregulares, brancacentas e elevadas, que rangiam ao corte. Microscopicamente observou-se acúmulo de substância basofílica, granular amorfa na camada média do vaso. Os achados macro e microscópicos foram compatíveis com calcinose enzoótica. No Brasil central essa enfermidade tem sido associada à ingestão de plantas tóxicas com ação calcinogênica. Porém, a espécie de planta responsável pela calcinose não tem sido identificada. A propriedade de origem do caprino está localizada em região de cerrado, com solo pouco fértil. Um dos fatores que pode estar associado a ocorrência de calcinose enzoótica, é a presença de pastos degradados com plantas daninhas. A calcinose enzoótica em ruminantes na região de Uberlândia se constitui em desafio no sentido de se descobrir as plantas que podem estar causando a enfermidade. Este relato ressalta a necessidade de estudos epidemiológicos, clínicos, patológicos e experimentais que ajudem a identificar plantas calcinogênicas na região, pois há escassez de tais estudos no cerrado. Como forma de prevenção da calcinose na região pode ser recomendado o cuidado com pastagens degradadas e combate a plantas daninhas.