RESUMO O artigo tem como objetivo discutir a questão da vulnerabilidade, ampliando seus horizontes e tocando na vulnerabilidade educacional com foco nas infâncias na rua. É importante entender que vulnerabilidade educacional é um fator a ser considerado nesse cenário de proteção e de garantias de direitos, onde os pensamentos e as práticas ainda permanecem colonizadoras. Para esta discussão, é necessário se aproximar das dinâmicas da criança e do adolescente em situação de rua no contexto urbano, sob a perspectiva da politização da infância. As problematizações deste artigo, advindas da extensão universitária e da pesquisa-ação no contexto das praças públicas de Niterói, em articulação com a práxis dos e das trabalhadoras sociais, vêm para contribuir com outras práticas de pesquisa que destapem os ouvidos para escutar as vozes que emergem das ruas, buscando entender o espaço como instrumental de infâncias reais dentro de ocupações urbanas, casarões abandonados, abrigadas em barracas e que brincam e produzem vida nas ruas das cidades em que ocupam. As relações entre a formação docente, a escola e a rua precisam, urgentemente, de outros olhares e práticas, constituindo, assim, a infância como sujeitos políticos. Alertamos que todas as transformações ocorrem por meio e através do corpo. Olhar atentamente para esses corpos que vivem nas ruas pode dar pistas sobre formas de acolhimento e práticas pedagógicas que reduzam as vulnerabilidades, dentre elas, a educacional.