O objetivo deste trabalho foi descrever a pesca do Centropomus undecimalis, no litoral amazônico brasileiro a partir do conhecimento dos atores da pesca e traçar o perfil socioeconômico desses trabalhadores. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas junto aos pescadores, mestres e donos de embarcações, entre março e maio de 2019 no município de Bragança (PA), por meio da técnica snowball. Os dados foram tabulados e analisados nos Software Microsoft Office Excel e Past. Traçado o perfil socioeconômico dos entrevistados com base na idade, escolaridade, tempo de atuação na pesca e renda foi observado que não houve diferença significativa entre os participantes, indicando um grupo similar, exceto em relação a renda, que variou significativamente em função da ocupação/profissão. A pesca do C. undecimalis no litoral amazônico acontece, principalmente, por meio das embarcações artesanais que variam de pequeno a médio porte e utilizam, essencialmente, rede móvel do tipo pescadeira que normalmente é utilizada na captura da pescada-amarela. Atuam em pesqueiros próximos ou distantes dos locais de desembarque, conhecidos popularmente como “Norte” (AP), “Emburateuas”, “Poços”, “Barra de Bragança” (PA) e porção costeira do Maranhão (MA). A captura dessa espécie é realizada durante o ano todo, embora, sua produção seja baixa e irregular. Contudo, tem alto valor comercial e boa aceitação no mercado, especialmente, o nacional. Essa baixa captura acende um sinal de alerta sobre o estado do estoque dessa espécie e abre novas linhas de investigação com a hipótese da inadequação da técnica de pesca empregada atualmente na sua captura.