A educação inclusiva tem propiciado, no Brasil, o crescimento do número de matrículas de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) – dentre eles o Público-Alvo da Educação Especial – nas escolas comuns/regulares, inclusive naquelas localizadas em regiões distantes de núcleos urbanos. Em atenção a esse panorama, este texto objetivou analisar as condições de acesso e de permanência desses alunos nas Escolas das Águas do Pantanal sul-mato-grossense. Os caminhos investigativos ancoraram-se em uma perspectiva qualitativa, aproximando-se da Abordagem do Ciclo de Políticas e da Teoria da Atuação. O campo empírico foi constituído pelas Escolas das Águas da rede municipal de ensino de Corumbá/MS. Os procedimentos de coleta de dados envolveram: revisão bibliográfica, análise documental, observação do trabalho da equipe gestora, visitas a unidades de ensino e entrevistas semiestruturadas realizadas com 26 profissionais das Escolas das Águas. As análises consideraram aspectos relacionados à organização administrativa escolar, às características de acesso à escola e às percepções dos professores e gestores sobre a permanência dos alunos nas unidades de ensino, contexto das práticas. Verificou-se que os estudantes com NEE estão chegando às Escolas das Águas. Sua presença tem provocado estranhamentos, mas também a percepção de que tal condição é mais um desafio diante de um universo tão diverso.