“…De fato, muitas vezes, os prefeitos que presidiam os CMDRS, aproveitaram-se do seu poder para cooptar representantes das organizações de agricultores familiares da sua escolha e, assim, captar novos recursos federais ao mesmo tempo que privilegiavam a sua clientela. Como essas práticas foram criticadas pelos movimentos sociais, a política de desenvolvimento territorial rural criada pelo governo Lula da Silva, em 2003, procurou reintroduzir equidade e democracia a favor da agricultura familiar, superando ao mesmo tempo os limites do financiamento de projetos na escala municipal (Oliveira, 2011;Freitas, 2016;Perafan et al, 2018). O princípio do PRONAT foi de planejar e implementar projetos coletivos na escala de vários municípios pela concertação entre sociedade civil organizada e poderes públicos no marco dos colegiados de Desenvolvimento Territorial, os CODETER (Brasil, 2005).…”