Resumo: A institucionalização dos programas de desenvolvimento territorial rural foi acompanhada de uma intensa efervescência acadêmica sobre o tema. Contudo, uma das críticas mais difundidas a respeito da literatura produzida é que ela possui um caráter normativo, falta-lhe substância teórica sobre interação social e, assim, o território parece estar sendo reificado pelas políticas públicas. Este ensaio possui como objetivo construir um quadro analítico para compreender os processos sociopolíticos subjacentes à implementação das políticas de desenvolvimento territorial rural, organizando um instrumental conceitual que estruture uma abordagem relacional do desenvolvimento territorial. Considera-se que a abordagem aqui empreendida poderá dotar as análises empíricas de sentidos diferentes daqueles que já se expressavam em trabalhos anteriores sobre o mesmo objeto, alcançando dimensões ainda pouco exploradas nos estudos do desenvolvimento territorial, como a rede de organizações, sua historicidade, suas configurações e os elementos sociais e institucionais que condicionam as intervenções dos atores no território, orientando sua trajetória de desenvolvimento. Essa construção teórico-analítica leva à premissa de que “atores”, “redes” e “instituições” sintetizam os principais elementos constitutivos da dinâmica social dos territórios e, assim, elementos definidores da trajetória do desenvolvimento territorial rural.
Novas referências conceituais sobre o "rural" passaram gradativamente a ser incorporadas, ainda que de modo parcial e contraditório, pelas políticas públicas. Considerando esse pressuposto, investiga-se neste trabalho de que forma as políticas públicas de desenvolvimento rural, no Brasil, nas últimas décadas, respondem, em termos de sua formulação, a determinadas inovações conceituais. Para sustentar esse argumento, investigam-se, à luz de um denso estudo bibliográfico sobre desenvolvimento, ruralidade e políticas públicas, as mudanças históricas, conceituais e práticas do desenvolvimento rural. Com a pesquisa foi possível não só identificar as "novas" referências do desenvolvimento rural e da operacionalização das políticas públicas, mas também as mudanças institucionais nesse processo. As considerações finais mostram que as mudanças nas concepções teóricas sobre o rural e o desenvolvimento rural foram substancialmente importantes para promover uma mudança de perspectiva na ação do Estado.Pa l av r a s -c h av e : políticas públicas; desenvolvimento rural; inovação institucional. Cambios conceptuales del desarrollo rural y su influencia en las políticas públicasNuevas referencias conceptuales sobre la "rural" comenzó gradualmente a incorporarse, aunque sea parcial y contradictoria manera por las políticas públicas. Dado este supuesto, investiga en este trabajo, cómo públicas políticas para el desarrollo rural, en Brasil, en décadas recientes, responder, en cuanto a su formulación, ciertas innovaciones conceptuales. Para apoyar este argumento, investiga-si, a la luz de un denso estudio bibliográfico sobre desarrollo, ruralidad y política pública, histórica, cambios conceptuales y prácticas de desarrollo rural. La investigación fue posible no sólo identificar el "nuevo" referencias rural desarrollo e implementación de políticas públicas, sino también los cambios institucionales en el proceso. Las consideraciones finales muestran que cambios en las concepciones teóricas sobre el campo y el desarrollo rural fueron sustancialmente importantes para promover un cambio de perspectiva sobre la acción del Estado.Pa l a b r a s c l av e : políticas públicas; desarrollo rural; innovación institucional.Artigo recebido em 19 out. 2011 e aceito em 5 set. 2012.
ResumoO avanço das iniciativas coletivistas de trabalho tem alcançado amplo destaque nas últimas décadas, o que justifica a importância de discussões que contribuam com suas formas de organização. É neste sentido que o presente trabalho teve por objetivo trazer aportes para fomentar a discussão da autogestão nas organizações solidárias. Para tal, realizou-se uma revisão da literatura, bem como recorreu-se a uma pesquisa participante em uma organização coletivista da Venezuela, com o intuito de elucidar exemplos empíricos que possam aprofundar na fundamentação de práticas da organização do trabalho nos empreendimentos solidários. Enquanto apontamentos, constatou-se que na organização do trabalho o objeto empírico analisado caminha para um conjunto de princípios que visam a negar a lógica de dominação burocrática, dando ênfase a um modo de gestão que preza a distribuição equitativa do capital, a negação das hierarquias e que conciliam o pensar com o agir. No mesmo sentido, a observância de princípios que trazem ideias da equidade em detrimento da igualdade, bem como do consenso em contraponto à votação, apontam para o aprofundamento na constituição de modos de gestão que visam à descentralização do poder. Palavras-chave:Autogestão. Organização do trabalho. Empreendimentos solidários.
A Economia Solidária é hoje um movimento dividido em duas correntes teóricas que dão ensejo a dois projetos políticos distintos: um conservador, de inserção de trabalhadores na economia capitalista, e outro radical, de transformação da economia e estabelecimento de novos valores sociais. Com relação ao projeto radical, vários desafios se interpõem no percurso, desafios estes que se ligam, principalmente, à dificuldade de modifi car os valores que sustentam as novas práticas. Nesse sentido, este trabalho busca demonstrar a contribuição da noção de Imaginário Social na mudança de valores e efetivação de um projeto radical de Economia Solidária. Acredita-se que o entrelaçamento entre estrutura e cultura, entre práticas e valores deve ser indissociável, e ter como pano de fundo e força motriz o imaginário social.
Resumo:O ensaio teórico propõe discutir o conceito de eficiência no contexto da economia solidária. Embora a eficiência em geral seja considerada neutra, a-histórica e a-política, na realidade é um construto social, deliberado por grupo e constituído de acordo com os objetivos estabelecidos. No caso das organizações solidárias, há que se considerar não somente as variáveis econômicas, mas elementos que envolvem aspectos políticos, sociais e culturais. Além disso, é preciso desconstruir alguns mitos que cercam as organizações solidárias, colocando-se em questão as ineficiências que, em geral, são apontadas em virtude da opção por uma lógica não mercantil e coletivista.Palavras-chave: Economia solidária. Eficiência social. Mitos. THE MYTHOLOGY OF INEFFICIENCY IN SOLIDARITY ORGANIZATIONS:In search of a reframing concept Abstract:Theoretical work aims to discuss the concept of efficiency in the context of the solidarity economy. Although the overall efficiency is considered as neutral, a-historical and a-political, in reality is a social construct, decided by each group and constituted in accordance with the objectives set. In the case of organizations in solidarity, we must consider not only the economic variables, but elements which involve political, social and cultural. Furthermore, it is necessary to deconstruct some myths surrounding solidarity organizations, putting in question the inefficiencies that often are cited due to their choice of a non-market logic and collectivist.
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