A Economia Solidária é hoje um movimento dividido em duas correntes teóricas que dão ensejo a dois projetos políticos distintos: um conservador, de inserção de trabalhadores na economia capitalista, e outro radical, de transformação da economia e estabelecimento de novos valores sociais. Com relação ao projeto radical, vários desafios se interpõem no percurso, desafios estes que se ligam, principalmente, à dificuldade de modifi car os valores que sustentam as novas práticas. Nesse sentido, este trabalho busca demonstrar a contribuição da noção de Imaginário Social na mudança de valores e efetivação de um projeto radical de Economia Solidária. Acredita-se que o entrelaçamento entre estrutura e cultura, entre práticas e valores deve ser indissociável, e ter como pano de fundo e força motriz o imaginário social.
Resumo Este artigo, elaborado a partir das contribuições de Robert Cooper, busca pensar uma ontologia organizacional que se distancie das concepções teóricas da administração ligadas à ciência moderna, aproximando-se de uma perspectiva pós-moderna. Após breve contextualização do tema, apresentamos os princípios conceituais que fundamentam o pensamento moderno e suas implicações para a teorização organizacional, bem como suas limitações. Em seguida, descrevemos as bases do ponto de vista pós-moderno e seus desdobramentos. Finalizamos sugerindo que as organizações sejam reconhecidas como acontecimentos inventivos múltiplos, que surpreendem o previsto e acentuam o caráter emergente da realidade social. As ideias de Cooper suscitam uma epistemologia focada na descrição e interpretação da organização como processo, isto é, na captura do presente etnográfico organizacional. As organizações, sendo objetos empíricos, prosseguem vivas, ativas, híbridas, fragmentadas. Como diria Bruno Latour, jamais fomos modernos e nossas organizações também não foram ou não são modernas.
O mundo não anda nada bem, e isso não é nenhuma novidade. Por toda parte, as coisas parecem piorar cada vez mais: o consumo excessivo adoecendo todo mundo e acabando com o planeta, a exclusão social, a miséria, a violência, a intolerância.... Não precisamos ir muito longe para perceber que aquelas velhas promessas de igualdade, felicidade, progresso e liberdade deram em nada. Seja qual for a matriz teórico-epistemológica, os diagnósticos são os mesmos. Diante disso, procuramos, neste ensaio, problematizar as condições de produção de projetos políticos revolucionários nos tempos atuais e interrogar sobre as possibilidades de ruptura e transformação radical do sistema capitalista vigente. A partir das contribuições da esquizoanálise de Deleuze e Guattari, nos perguntamos: ainda existe lugar no mundo para alguma grande revolução?
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