A criação da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), em 2008, e do Centro de Convivência Multicultural dos Povos Indígenas (Maloca-UnB) em 2010, no Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) sugere a conquista de espaços de ação político-étnica dentro da estrutura cultural universalizante do ensino superior brasileiro. Esta análise se embasa nos conceitos de espaço, de ação política e de interculturalidade crítica. A revisão documental, a observação participante, bem como as entrevistas abertas foram os instrumentos metodológicos que facilitaram a coleta de dados empíricos. Como resultados, destaca-se que a UnB instituiu, pioneiramente, em 1990, um edital específico para garantir o ingresso dos indígenas. A presença acadêmica, política e organizacional dos indígenas nessa universidade revela-se fundamental para evidenciar os desafios da institucionalização, nem sempre dinâmica, de políticas universitárias que garantam acesso e permanência desse grupo social.