“…Por outro lado, sobretudo no âmbito da antropologia e sociologia urbana, o paradigma da mobilidade e a noção de territórios circulatórios, elaborados no final dos anos 1980 por Alain Tarrius (1989;, deram vazão a análises sobre as relações entre movimentos migratórios e a estruturação de redes transnacionais de comércio ambulante, com ênfase nos trânsitos de populações subalternizadas, protagonistas do processo designado mundialização por baixo, como bem apontam Freire-Medeiros, Telles e Allis (2018). Nessa área temática, as contribuições críticas trazidas por autores como Isaac Joseph (1998) e Yves Grafmayer (Grafmayer;Joseph, 1994) também foram relevantes por permitirem ampliar a noção de mobilidade para além do foco em processos de estratificação e mudança de nível social referidos a estruturas próprias ao interior dos Estados--nações, associando o termo aos conceitos de circulação e acessibilidade Allis, 2018) 23 . Foucault (2008) é outro autor que tem importância decisiva tanto nos estudos urbanos quanto em diversas outras áreas temáticas, pautando análises sobre tecnologias de governo, gestão diferencial dos ilegalismos (Telles, 2010) e produção de formas mercantilizadas e securitárias de controle dos fluxos (Telles, 2015).…”