ResumoA realização dos Potencias Evocados Auditivos de Longa Latência -PEALL em indivíduos com síndrome de Down -SD podem fornecer dados importantes sobre o processamento cerebral da audição e suas associações necessária para um bom desenvolvimento da linguagem. Analisar latências e amplitudes obtidas no registro dos componentes exógenos e endógeno dos PEALL, em adolescentes com SD, assim como correlacionar os achados entre os gêneros. Foram incluídos no estudo onze adolescentes com SD, que não apresentassem perdas auditivas, sete do gênero feminino e quatro do masculino, com idade mínima de 13 e máxima de 17 anos. Foi realizada avaliação auditiva periférica básica e pesquisa dos PEALL, incluindo o potencial cognitivo (P3). As médias encontradas para as latências dos componentes exógenos P1, N1, P2, N2 foram, respectivamente, de 110,2ms; 180,3ms; 322,2ms e 492,5ms para orelha direita e 100,2ms; 168,3ms; 323,1ms e 497,5ms para orelha esquerda. As amplitudes médias encontradas para P1N1 e N1P2 foram, respectivamente, 15,0µV e 16,0µV para orelha direita e 16,8µV e 18,7µV para orelha esquerda. A média encontrada para a latência da onda P3 foi 651,7ms e amplitude média foi 10,0µV. Houve diferença significativa entre gêneros para a latência de N1 na orelha direita (p=0,020). Na análise das ondas P1, N1, P2, N2 e P3 foi possível observar aumento das latências e amplitudes dentro dos padrões de normalidade. Foi verificada correlação significativa entre gêneros somente para as latências de N1 na orelha direita, tendo o gênero feminino latências superiores. Sugere-se a realização de estudos, que usem os procedimentos de PEALL para avaliar e monitorar, objetivamente, as intervenções e evoluções terapêuticas na SD. P1, N1, P2, N2 were respectively 110,2ms; 180,3ms; 322,2ms and 492,5ms to right ear and 100,2ms; 168,3ms; 323,1ms and 497,5ms
Palavra
IntroduçãoA síndrome de Down -SD é uma alteração genética caracterizada pela trissomia do cromossomo 21 e está associada a mais de 80 características clínicas. É uma das síndromes cromossômicas mais frequentes, ocorrendo em 1-2 para cada 1000 nascidos vivos, tendo distribuição igual para ambos os gêneros. Indivíduos com SD podem apresentar deficiência intelectual de grau variável, doença cardíaca congênita, deficiências do sistema imunológico, início precoce da doença de Alzheimer, entre outras alterações, bem como possuem expectativa de vida reduzida 1,2 . A presença de otite média crônica -OMC nesta população é fator importante a ser considerado, uma vez que a OMC pode provocar perda auditiva permanente, comprometendo o desenvolvimento das habilidades auditivas. A limitação cognitiva, que indivíduos com SD podem apresentar, associada ao distúrbio da audição, pode comprometer as condições ideais para o desenvolvimento da linguagem e sua expressão oral [3][4][5] . O comportamento auditivo e o desenvolvimento adequado da linguagem oral são um reflexo de estruturas auditivas