RESUMO-O presente trabalho baseia-se na avaliação dos potenciais de corrosão do aço inoxidável AISI 430 em meio corrosivo de ácido clorídrico (HCl) em diferentes concentrações, a partir da medição dos potenciais de circuito aberto (Eca), utilizando o eletrodo de calomelano saturado (ECS) como eletrodo de referência. As placas de aço foram previamente tratadas com banhos passivantes de ácido nítrico (HNO3), dicromato de potássio (K2Cr2O7) e uma mistura das duas soluções, sendo então decapadas quimicamente em solução de nital (mistura de álcool etílico e ácido nítrico) e colocadas no meio corrosivo até a estabilização dos potenciais. Os potenciais de corrosão (Ecorr) obtidos foram comparados aos de placas de aço tratadas sob as mesmas condições de passivação, porém substituindo a etapa de decapagem química pelo lixamento manual. Foram obtidos os valores de Ecorr para cada situação, bem como os limites de passivação. Verificou-se que a decapagem química fornece resultados muito próximos aos do lixamento manual para o aço AISI 430 passivado com HNO3 até a concentração de 0,30 mol.L-1 de HCl. Para placas passivadas com K2Cr2O7, verifica-se a eficiência da decapagem química pelo aumento do limite de passivação do aço de 0,10 para 0,30 mol.L-1 de HCl. Os melhores resultados foram obtidos para o aço passivado com a mistura de HNO3 e K2Cr2O7, obtendo-se a melhora do limite de passivação de 0,30 para 0,50 mol.L-1 de HCl e valores de Ecorr mais positivos. 1. INTRODUÇÃO O aço se faz presente em todo o cotidiano, e é empregado intensivamente desde maquinários simples até construções industriais de grande porte, sendo um material de grande importância devido às suas propriedades como a resistência mecânica, a ductilidade e o baixo custo de produção, conforme estudado por Santos (2016). No entanto, os aços são suscetíveis à corrosão, a qual gera grandes prejuízos ao ocasionar falhas no material, e por serem difíceis de detectar seu início, sendo percebidas apenas em estágios avançados, assim como verificado por Ma (2012). Devido a isto, surge a necessidade de se realizar estudos que visem proteger a superfície dos aços e reduzir a velocidade de corrosão sobre eles (inclusive nos aços inoxidáveis, os quais possuem resistência à corrosão elevada, porém são suscetíveis a determinados meios corrosivos), utilizando técnicas como a passivação.