RESUMO Objetivo: verificar a ocorrência de Hemorragia peri intraventricular em recém-nascidos prematuros submetidos a cuidados intensivos neonatais, caracterizando a ocorrência de alteração auditiva central nessa população e sua variação em função do grau de hemorragia. Métodos: estudo longitudinal, retrospectivo. Dos 719 recém-nascidos prematuros, 46 (6,4%) apresentaram hemorragia peri-intraventricular. Foram selecionados 84 neonatos, distribuídos em Grupo Estudo formado por 42 com Hemorragia e Grupo Controle, com 42 sem Hemorragia Peri-intraventricular. Todos tiveram emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente presentes e foram submetidos à pesquisa do potencial evocado auditivo de tronco encefálico no período de internação e acompanhados durante dois anos, por meio de avaliação comportamental da audição. Resultados: houve maior ocorrência de alteração central no Grupo Estudo (33,4%) em relação ao Grupo Controle (4,8%), caracterizada pelo aumento de latência das ondas III e V e intervalo interpico I-V. Houve maior ocorrência de alteração auditiva central nos prematuros com hemorragia graus II, III e IV em relação ao grau I. Conclusão: A ocorrência de Hemorragia peri intraventricular foi de 6,4%. A ocorrência de alteração central foi de 33,4% e variou em função do grau da hemorragia: crianças com Hemorragia graus II, III e IV, apresentaram maior ocorrência de alteração central em relação às de grau I. No monitoramento audiológico, a alteração auditiva central manteve-se em 51,85% das crianças que já apresentavam tal alteração ao nascimento.