Prática Científica Na Escrita De Professora

Abstract

Resumo Este artigo investiga autorrepresentações produzidas por uma professora de escola básica em uma dissertação de mestrado profissional para professoras de português como língua materna no território brasileiro. A partir das representações identificadas, a construção do letramento científico da educadora na pós-graduação profissional é problematizada. O trabalho se configura como um estudo de caso sob a perspectiva indisciplinar da Linguística Aplicada, delineado pela problematização da cultura científica legitimada e pela análise linguística do documento selecionado. Os resultados mostraram a predominância da autorrepresentação de pesquisadora alinhada a teorias linguísticas apropriadas na pesquisa e desdobrando-se, portanto, na reprodução de um modelo de letramento científico dominante característico da pós-graduação acadêmica.

Autorrepresentações na educação científica de professoras de Língua Portuguesa promovida em mestrado profissional

“…Como resultado da relação assimétrica entre universidades e escolas de ensino básico, legitimase a primeira instituição como responsável pela produção de conhecimentos científicos a serem implementados em outras instâncias, a exemplo das escolas básicas (SILVA, 2019a;2019c). Isso nos faz pensar como as práticas de escrita no ProfLetras estão sujeitas à reprodução de tal assimetr ia interinstitucional, conforme mostrado por Barros (2012, p. 221) em um estudo em torno de uma dissertação de mestrado produzida por uma professora da escola básica:…”

“…Conforme revelado por Silva (2017;2019a;2019c), há um risco de as professoras em processo de formação no ProfLetras se apropriarem de discursos acadêmicos ao ponto de escamotearem a identidade profissional e os sentidos produzidos a partir da própria prática. É imprescindível que, na formação em serviço de professoras no MP, sejam observadas práticas e discursos reproduzidos e assumidos pelas alunas-professoras, evitando-se o que podemos denominar de academicismo (BAR-ROS, 2012;SILVA, 2019a;2019c). Ainda sobre o academicismo, por nos referimos a um MP para educadoras, questionamos a adequação do gênero dissertação às propostas de formação idealizadas para o ProfLetras.…”

“…Ainda sobre o academicismo, por nos referimos a um MP para educadoras, questionamos a adequação do gênero dissertação às propostas de formação idealizadas para o ProfLetras. Algumas pesquisas têm demonstrado influências do modelo de dissertação produzida no mestrado acadêmico sobre os TCF do ProfLetras (SILVA, 2019a;2019c;AIRES, 2020a). Faz-se necessário um modelo de TCF mais alinhado à proposta profissional, contribuindo de forma mais significativa para a formação científica e para a prática pedagógica em contextos de formação.…”

“…Em DM3, é focalizado o ensino de alguns aspectos da ortografia da língua portuguesa, pois a professora percebeu alguns desvios ortográficos na escrita dos alunos. As motivações de pesquisa correspondem a demandas da prática profissional, diferentemente das motivações teóricas observadas em outros estudos realizados no PLES (SILVA, 2019a;2019c).…”

Compreensões sobre ciências compartilhadas por alunos da escola básica antes e depois de intervenções pedagógicas

“…A epígrafe deste artigo refere-se a uma resposta dada por uma aluna do 9º ano do ensino fundamental à pergunta: o que você compreende por fazer ciência? A resposta da aluna, extraída de um contexto privilegiado de ensino, numa perspectiva da educação científica (SILVA, 2021a;2020a;2019a;2019b), remete ao processo de aprendizagem e ensino 2014[1993]; MARTIN, 2012MARTIN, [1999; SILVA, 2015), utilizado como ferramenta pedagógica auxiliar. Faceta participativa da pesquisa em educação científica Na literatura científica, publicada nas últimas décadas (HALLIDAY, 1996;HASAN, 1996;SILVA, 2021a;2019a;SOARES, 2020;2003;só Quadro 2 -Resumo das etapas da Figura 2 1.…”