RESUMO -Este estudo investigou as práticas educativas indutivas, coercitivas e de não interferência maternas e paternas aos 24 e 72 meses de vida da criança. Participaram 24 mães e pais de um único filho/a, que responderam uma entrevista para avaliação dessas práticas. Análises estatísticas revelaram que as mães foram significativamente mais indutivas que os pais aos 24 meses, mas aos 72 meses não houve diferenças. Enfatiza-se que as mães tendem a conversar mais com seus filhos/ as, expressar sentimentos, opiniões, estabelecer limites e elogiar comportamentos adequados. As mães também apresentaram médias mais elevadas no total de práticas relatadas, o que pode ser explicado pelo papel predominante que ainda exercem na socialização infantil, embora os pais venham participando mais da educação dos filhos/as.
Palavras-chave:Parentalidade; práticas educativas maternas e paternas.
Child-rearing Practices of Mothers and Fatherswith 24-and 72-month-old Children ABSTRACT -The present study investigated mothers' and fathers' inductive, coercive and non-interference child-rearing practices with 24-and 72-month-old children. Twenty-four mothers and fathers with an only child were interviewed about their child-rearing practices. Statistical analyses revealed that the mothers described significantly more inductive practices than did the fathers at 24 months, but at 72 months there were no differences. These results indicate that the mothers talked, expressed feelings and opinions, established limits and praised appropriate behaviors more with their children. The mothers, on average, also used a greater total of child-rearing practices than did fathers, which can be explained by the predominant role that they still exercise in the children's socialization, although fathers are participating more in their children's education.
Keywords:Parenthood; child-rearing practices of mothers and fathers. Durante a primeira e a segunda infância, a criança adquire, mais ativa e rapidamente, um padrão de comportamento social e os pais são os responsáveis por oferecer a base necessária para a sua socialização, a partir da promoção de um ambiente incentivador e seguro, no qual a criança possa aprender e se desenvolver (Grusec & Lytton, 1988). Esse processo envolve exigências dos pais em relação aos filhos/ as, como a transmissão de valores, a administração de afeto e atenção e a restrição a alguns de seus comportamentos (Bandura & Walters, 1959). Desse modo, as diversas estratégias e técnicas que as mães e os pais usam para orientar os comportamentos de seus filhos/as, enquanto agentes de socialização, têm sido nomeadas por diversos autores como práticas educativas parentais (Mussen, Conger, Kagan & Huston, 1995;Newcombe, 1996Newcombe, /1999.Uma concepção teórica que se destaca acerca das estratégias empregadas pelos pais na socialização das crianças é a de Hoffman (1975Hoffman ( , 1994, que apontou dois tipos de práticas educativas para modificar o comportamento dos filhos/as: as indutivas e as coercitivas. As práticas indutivas, segundo Ho...