Objetivos: Poucos estudos tem dado a devida importância ao estado de hidratação e as alterações hematológicas em menores de 18 anos. O presente estudo investigou estas alterações em menores de 18 anos na prova de 3000 metros para ambos os gêneros. Método: Foram incluídos os seis melhores participantes das Olimpíadas Nacionais do Ensino Médio (menores de 18 anos) no Brasil. Trata-se de um estudo observacional e transversal. Os atletas correram 3.000 metros em uma pista oval de 400 metros. Foi realizado leucograma total e específico, eritrograma e contagem de plaquetas em quatro diferentes tempos (jejum, pré, pós e recuperação). Os cálculos de comparação entre tempos, apresentados, foram adaptados do modelo matemático de variação percentual. Resultados: Quando comparadas as médias em relação a cada tempo, pode-se notar que os eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, leucócitos totais e basófilos aumentaram significativamente após a corrida para ambos os gêneros. Além disso, as plaquetas também aumentaram para ambos os gêneros sem significância. O coeficiente de correlação de Pearson mostrou importante interação leucócitos-plaquetas. Os homens recuperaram seu estado de hidratação em quase metade do tempo em relação as mulheres. Em relação ao sistema imune e resposta inflamatória, as atletas do gênero feminino tiveram um aumento relativo de mais que o dobro para leucócitos e não recuperaram estes valores, além de apresentarem um aumento de eosinófilos neste mesmo tempo, enquanto os atletas do gênero masculino apresentaram diminuição. As mulheres apresentaram um aumento de quase o dobro para linfócitos, enquanto os homens tiveram este comportamento para os fagócitos. Conclusões: O exercício induz alteração do estado de hidratação e sistema imune, tendo diferenças em relação ao gênero. Quando bem conduzido, gera efeitos antiinflamatórios a longo prazo. Quando não há controle sobre o volume, intensidade e recuperação pode causar imunossupressão e promover a suceptibilidade para infecções. Foi possível observar que os atletas do gênero masculino tem um menor estresse inflamatório e recuperam o seu estado de hidratação e a resposta inflamatória mais rápido que as meninas após uma corrida de 3000 metros.
Objectives: Few studies have given due importance to the hydration status and hematological alterations in children under 18 years of age. The present study investigated these alterations in children under 18 years old in the 3000 meters test for both genders. Method: The six best participants of Brazil's National High School Olympiads (under 18 years old) were included. This is an observational and cross-sectional study. Athletes ran 3,000 meters on a 400 meters oval track. Total and specific white blood cell count, erythrogram, and platelet count were performed four times (fasting, pre, post, and recovery). The time comparison calculations presented were adapted from the percentage variation mathematical model. Results: When comparing the means for each time, it can be noted that erythrocytes, hemoglobin, hematocrit, total leukocytes, and basophils increased significantly after the race for both genders. Furthermore, platelets also increased for both genders without significance. Pearson's correlation coefficient showed a significant leukocyte-platelet interaction. Men regained their hydration status in almost half the time compared to women. Regarding the immune system and inflammatory response, female athletes had a relative increase of more than double for leukocytes and did not recover these values, in addition to showing an increase in eosinophils simultaneously, while male athletes showed a decrease. Women showed an increase of almost double for lymphocytes, while men showed this behavior for phagocytes. Conclusions: Exercise induces changes in hydration status and immune system, with differences concerning gender. When done well, it generates long-term anti-inflammatory effects. When there is no control over volume, intensity, and recovery, it can cause immunosuppression and increase infection susceptibility. It was observed that male athletes have lower inflammatory stress and recover their hydration status and inflammatory response faster than girls after a 3000 meter run.