O segmento de produção de papel de fibra longa no Brasil está concentrado na utilização de duas espécies do gênero Pinus (P. taeda e P. elliottii). Assim, é fundamental avaliar novas espécies, visando ampliar as alternativas para esse segmento. O presente estudo teve como objetivo avaliar as propriedades físicas, químicas e anatômicas da madeira de Pinus greggii visando a produção de polpa celulósica. Foram utilizadas três árvores, com sete anos de idade, das quais foram retirados discos ao longo do fuste. Estes foram utilizados para avaliar as propriedades físicas (densidade básica média e ponderada), químicas (teores de cinza, extrativos, lignina e holocelulose) e anatômicas (dimensões dos traqueídeos e indicadores anatômicos). De acordo com a caracterização física da madeira, obteve-se um valor médio de densidade básica de 0,346 g.cm-3 e ponderado de 0,343 g.cm-3, o que permite classificá-la como leve ou de baixa densidade. Em relação à composição química, a espécie apresentou elevados teores de lignina e extrativos (34,83% e 6,25%, respectivamente) e baixos teores de holocelulose (58,92%) e cinza (0,20%). Para as dimensões dos traqueídeos obtiveram-se valores médios de 2,31 mm de comprimento, 41,30 µm de largura, 34,81 µm de diâmetro do lúmen, e 3,25 µm de espessura da parede celular. Quanto aos resultados dos índices de qualidade, a espécie obteve destaque para a fração parede (15,96%), coeficiente de flexibilidade (84,31%), índice de Runkel (0,19) e índice de enfeltramento (55,15). De modo geral, a madeira de P. greggii apresenta potencial para produção de polpa celulósica, destacando-se pelos indicadores anatômicos e pelas dimensões dos traqueídeos, que são semelhantes aos valores encontrados para P. taeda na mesma idade. Entretanto, possui elevados teores de lignina e extrativos, que podem aumentar o consumo de reagentes e diminuir o rendimento do processo de polpação, o que precisa ser comprovado em estudos com esta temática.