INTRODUÇÃOA adolescência é uma fase do desenvolvimento humano marcada por transformações, em que ocorre a maturação sexual e cognitiva, bem como o exercício de experimentação de papéis na sociedade. Acontece a formação da identidade, a qual emerge da mútua adaptação de potenciais individuais e coletivos e de visões de mundo. Essa fase potencializa a interação com pares em grupos, transferindo-se o adolescente do lugar na família para a comunidade, direcionando-se ao modo de vida social com o qual se identifica. A adolescência pode ser compreendida a partir de diferentes critérios: cronológico, do desenvolvimento físico, sociológico, psicológico, ou da combinação dos mesmos (1) . A partir da combinação de critérios o adolescente se mostra como um ser vulnerável a inúmeras situações de exposição de sua saúde, consequência de sentimentos de imunidade e onipotência. Dentre as situações de vulnerabilidade, destaca-se a possibilidade de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Essa infecção e, consequentemente, o adoecimento pela síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) configuram-se como temáticas contemporâneas nas ciências da saúde e sociais, por sua natureza sociológica, política, econômica e clínico-epidemiológica (2) . Dessa forma, com base na notificação de casos de aids no Brasil e na história da infecção, pode-se apontar, retrospectivamente, o avanço da epidemia em nosso País, o qual apresenta modificações em seu perfil epidemiológico. Evidencia-se uma tendência à juvenização, que é marcada pelos casos notificados por idade, ou seja, a distribuição dos casos de aids na população de adolescentes. No período 1980-2011, ocorreram 12.891 casos na faixa etária entre 13 e 19 anos. Essas mudanças implicaram na formação de políticas específicas para pessoas que têm HIV/aids, colaborando no avanço do tratamento, bem como no acesso gratuito aos medicamentos, resultando na melhoria e no bem-estar dessa população (3) . O adolescente que tem HIV/aids ganha importância no contexto da epidemia, tanto a partir de adolescentes infectados por transmis- com esquema duplo, 44,7% há mais de 9 anos, 60% já haviam tido doença oportunista, e 75,6%, internação hospitalar. Foram notificados dois óbitos. Conclusão: evidenciou-se a fragilidade clínica pelo comprometimento imunológico e doenças oportunistas, pela necessidade de acompanhamento clínico, laboratorial e medicamentoso permanentes, pela demanda de adesão ao tratamento e exposição a efeitos adversos, o que indica a necessidade de integralidade na atenção à saúde dos adolescentes, com o compromisso de atender às demandas específicas da condição sorológica e da fase de crescimento e desenvolvimento. Palavras-chave: HIV, aids (síndrome da imunodeficiência adquirida), saúde do adolescente, enfermagem, DST AbsTRACT Introduction: the advancement of the aids epidemic in Brazil showed a youngest tendency with its epidemiological profile, in others words, the distribution of aids cases in adolescents. Objective: to characterize morbidity and mortality of adolescents wi...