Este artigo investiga diferenças entre a fantasia, como abordada por Freud, e o matema do fantasma, concebido por Lacan. Para tanto, apoiamo-nos, principalmente, nos textos “Bate-se numa criança”, de Freud, no Seminário Livro 14 e nos Escritos, de Lacan, assim como em uma leitura psicanalítica da novela O Jovem Törless, de Robert Musil. Conclui-se apontando para uma diferença fundamental: enquanto Freud pensa a fantasia como construção e transformação gramatical das posições de um alterego do observador posicionado fora da cena, Lacan nomeia de fantasma um enquadre lógico e uma estrutura com as suas próprias leis internas de transformação.