Preservação dos ovários em cirurgia radical para câncer do colo uterino

Abstract

mL). Das nove pacientes com níveis elevados de FSH, cinco (55,6%) haviam sido submetidas a radioterapia pós-operatória (p<0,0001). Não houve associação entre a idade das pacientes e os níveis de FSH (p=0,33). Cistos ovarianos funcionais ocorreram em quatro pacientes (7,7%Introdução O câncer do colo uterino é sério problema de saúde pública na América Latina, sendo a primeira causa de morte na população feminina em idade reprodutiva 1 . O tratamento de escolha para casos de câncer do colo uterino invasivo em estágios iniciais é a histerectomia radical com salpingooforectomia bilateral. Entretanto, a preservação dos ovários em pacientes jovens submetidas à cirurgia radical para câncer do colo uterino apresenta manutenção da função ovariana entre 70 e 83% dos casos, bem como baixa morbidade associada 2-4 . Tendo em vista que parcela significativa dos casos de câncer do colo uterino ocorre em mulheres jovens, a preservação dos ovários deve sempre ser oferecida à paciente, visto que a ooforectomia bilateral implicará sintomatologia vasomotora e gênito-urinária associada ao climatério e complicações mórbidas como a osteoporose. Além disso, a reposição estrogênica nas pacientes submetidas a ooforectomia implica comprometimento importante do orçamento familiar, devido ao baixo nível socioeconômico da maioria das pacientes com câncer do colo uterino 5,6 .Este estudo tem como objetivo a avaliação da função ovariana em pacientes com câncer do colo uterino, que se submeteram a histerectomia radical com manutenção dos ovários.

Prevalence of prognostic factors for cancer of the uterine cervix after radical hysterectomy

“…Surgery is preferable among young patients because of the possibilities of ovary preservation, hormonal function maintenance and better sexual performance. 5 Anatomopathological evaluation of the surgical specimen after radical hysterectomy makes it possible to determine prognostic factors that define whether complementary therapy is needed. 6 , 7 , 8 , 9 , 10 , 11 , 12 , 13 , 14 , 15 , 16 …”

Histerectomia radical após cesareana

“…Essas modalidades de tratamento oferecem taxas de cura semelhantes à histerectomia radical para o câncer cervical em adultos com o estadiamento tumoral de IA2 a IIA. A cirurgia apresenta baixa morbidade, alta sobrevida, manutenção da elasticidade e lubrificação vaginal e possibilidade de preservação da fertilidade nos casos selecionados (Vieira et al, 2002). Além disso, é a melhor opção para pacientes jovens devido às possibilidades de preservação dos ovários com manutenção da função hormonal e melhor desempenho sexual (Tewari et al, 1998).…”

“…Atrasar o tratamento definitivo para obter melhores resultados para o feto, embora benéfico para esse, pode determinar a progressão do tumor, portanto, você deve estar envolvido neste caso por uma equipe multidisciplinar a fim de otimizar o tratamento materno e garantir a segurança fetal (Vieira, et al, 2002;Ramirez et al, 2019). A demora no tratamento definitivo (cesárea seguida de histerectomia radical) é considerada segura em pacientes com doença em estágio inicial se não houver evidências de evolução da doença como no presente caso.…”

“…A demora no tratamento definitivo (cesárea seguida de histerectomia radical) é considerada segura em pacientes com doença em estágio inicial se não houver evidências de evolução da doença como no presente caso. No entanto, dados definitivos não estão disponíveis para pacientes com doença avançada devido ao baixo número de casos relatados na literatura (Vieira, et al, 2002).…”

“…Pacientes com doença no estadiamento IA2, IB e IIA são preferencialmente submetidas à cesariana, pois o parto vaginal pelo colo do útero com carcinoma invasivo pode resultar na disseminação da doença pelos vasos linfáticos, hemorragia, sepse, obstrução do trabalho de parto, laceração cervical e implantação de células malignas no local da episotomia (Monk, et al, 1992;Vieira, et al, 2002;Cook-Glenn, et al, 1998;Nguyen et al, 2000). Watanabe et al analisaram retrospectivamente 12 casos de histerectomia radical realizada por câncer cervical durante a gravidez e concluíram que uma intervenção pode ser realizada com segurança mesmo com um feto dentro do útero (33,3%) e uma cesariana subsequente (66,7%) (Lee et al, 2008).…”