Resumo: O expressivismo puro divide as expressões entre as que possuem apenas conteúdo descritivo e as que possuem apenas conteúdo expressivo. As primeiras, mas não as segundas, são aptas à verdade e à falsidade. Hedger aplica esta distinção às injúrias e, como resultado, elas são consideradas termos com conteúdo puramente expressivo. O seu argumento geral baseia-se no teste de projeção de comportamento de injúrias e em quatro evidências. Nesse sentido, se é verdade que injúrias raciais não são expressões com conteúdo puramente descritivo, então, elas são expressões com conteúdo puramente expressivo. É verdade que injúrias raciais não são expressões com conteúdo puramente descritivo. Portanto, elas são expressões com conteúdo puramente expressivo. Neste artigo, apresento um contraexemplo à tese expressivista pura. Desse modo, argumento que não é o caso que injúrias são semanticamente diferentes de termos descritivos, pois elas são analisáveis semanticamente. Palavras-chave: pejorativos, expressivismo, injúria racial, injúria sexual, semântica.Abstrtact: Pure expressivism divides expressions between those that have only descriptive content and those that have only expressive content. The former, but not the latter, are apt to truth and falsehood. Hedger applies this distinction to slurs, and as result, they are considered terms with purely expressive content. His general argument is based in the projection behaviors of slurs and four evidences. In this sense, if it is true that racial slurs are not purely descriptive expressions, then they are expressions with purely expressive content. It is true that racial slurs are not purely descriptive expressions. Therefore, they are expressions with purely expressive content. In this paper, I present a counterexample to the pure expressivist thesis. Thus, I argue it is not the case that slurs are semantically different from descriptive terms, since they are semantically analyzable. Keywords: pejoratives, expressivism, racial slur, sexual slur, semantics.
IntroduçãoTradicionalmente, o expressivismo foi concebido como um tipo de não cognitivismo acerca da linguagem moral 2 . Para o não cognitivismo, frases morais são peculiares, pois não são verdadeiras nem falsas, uma vez que não descrevem o mundo tal como o fazem as frases descritivas. Desse modo, o não cognitivismo sustenta a tese inversa do cognitivismo. O emotivismo de Ayer (1936) e Stevenson (1963) e o prescritivismo de Hare (1952) são concepções não cognitivistas da linguagem moral. O expressivismo atual, no entanto, é um pouco diferente, pois ele não diz respeito à linguagem moral,