Em torno das "Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana": uma conversa com historiadores
On "Na tional guide lines for the teach ing of eth nic and race re la tions and of Afro-Bra zil ian and Af ri can his tory and cul ture": con ver sa tions with his to ri ans
Mar tha Abreu e Hebe MattosO pa re cer e a re so lu ção que ins ti tu í ram as "Di re tri zes cur ri cu la res naci o na is para a edu ca ção das re la ções ét ni co-ra ci a is e para o en si no de his tó ria e cul tu ra afro-bra si le i ra e afri ca na" fo ram apro va dos pelo Con se lho Na ci o nal de Edu ca ção (CNE) em mar ço de 2004 e ho mo lo ga dos pelo Mi nis té rio da Edu ca ção (MEC) em ju nho do mes mo ano. A re so lu ção foi re sul tan te do Pa re cer CNE/CP 3/2004, que teve como re la to ra a con se lhe i ra Pe tro ni lha Be a triz Gon çal ves e Sil -5
IntroduçãoAs visões da última geração de escravos brasileiros sobre seus planos e destinos, após o 13 de maio, finalmente começam a emergir como um dos problemas históricos cruciais na historiografia brasileira sobre o período. Até a década de 1990, aproximadamente, apenas a marginalização dos libertos no mercado de trabalho pós-emancipação era enfatizada nas análises historiográficas. Os últimos cativos e seu destino após a abolição atraíam compaixão e simpatia, mas não pareciam apresentar maior potencial explicativo para a história do período. Com a abolição do cativeiro, os escravos pareciam ter saído das senzalas e da história, substituídos pela chegada em massa de imigrantes europeus.Apesar disto, inúmeros trabalhos se dedicaram a estudar os projetos das elites a respeito dos libertos e da utilização dos chamados "nacionais livres" como mão-de-obra. Detalhes sobre diagnósticos e projetos de construção nacional, produzidos por elites invariavelmente conservadoras, pautaram por muito tempo a discussão historiográfica sobre o período pós-emancipação.1 Melhor dizendo, o pós-abolição como questão específica se diluía na discussão sobre o que fazer com o "povo brasileiro" e a famosa "questão social".Não é nossa intenção desqualificar a importância da análise dos projetos dominantes, que são vários e multifacetados e nos ajudam na compreensão dos projetos de Brasil em debate no cenário político a partir da perspectiva do fim da escravidão. Nossa intenção é tentar demonstrar até que ponto estes projetos estiveram informados por um conhecimento pragmático das elites agrárias sobre as expectativas dos últimos libertos e de que
Resumo O presente texto comenta o artigo de Guillermo Palacios 'A Guerra dos Marimbondos: uma revolta camponesa no Brasil escravista', escrito em 1984. Tal texto se apresenta ainda hoje como a principal analise sobre o movimento sedicioso contra os Decretos 797 e 798 de 18 de junho de 1851 que mandavam 'executar o regulamento para a organização do censo geral do Império' e 'executar o regulamento do registro de nascimento e óbitos'. O regulamento seria também conhecido pelos revoltosos como 'Lei do Cativeiro'. O uso da noção de camponês, presente desde o titulo do artigo e fundamental para a conclusão do trabalho, é o primeiro ponto discutido no texto, levando em consideração, em especial, as vicissitudes teóricas e historiográficas do termo. Como segundo ponto de discussão, a luz de questões colocadas pela historiografia recente sobre o Brasil monárquico, propõe-se uma revisão da oposição apresentada na conclusão do artigo entre o caráter classista e camponês da revolta-que o autor demonstra-com as apreensões mais comuns dela nas fontes de época, como um movimento de 'homens de cor' insuflados por idéias liberais.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.