Objetivou-se correlacionar o estado nutricional com os sintomas gastrointestinais em adolescentes de uma capital do nordeste brasileiro. Trata-se de um estudo transversal com abordagem descritiva e analítica em Fortaleza/CE, no primeiro semestre de 2017 com 199 alunos de escolas públicas e privadas de 11 a 19 anos do 6º ao 9º ano. Os resultados mostraram que 66,8% tinha até 14 anos, 58,8% era do sexo feminino e 53,3% oriunda de escola pública. 46,7% adolescentes tinham excesso de peso, e 75,4% apresentaram circunferência da cintura (CC) adequada. Embora a maioria esteja com a cintura com tamanho satisfatório, a razão cintura-estatura (RCE) esteve elevada em 59,8%estudantes. 35,2% dos adolescentes referiu sentir sempre ou quase sempre algum sintoma gastrointestinal, dos quais os mais frequentes foram: 12,6% gases, 12,1% distensão abdominal, 11,6% constipação e 10,1% dor. Houve relação significativa entre o estado nutricional e o estudante ser de escola pública ou privada, bem como entre a CC e a RCE com o excesso de peso.O sexo feminino tem maior risco de apresentar sintomas quando comparado ao sexo masculino. Adolescentes com CC elevada têm mais risco de desenvolver sintomas gastrintestinais. A associação entre sintomas e demais variáveis, só foi encontrada com o sexo no modelo ajustado. Diante dos resultados, percebe-se a necessidade da detecção precoce dos fatores de risco e mudanças no estilo de vida demonstrando forte associação da presença de sintomas gastrintestinais com o sexo feminino, e que o estado nutricional não apresentou associação com a presença de sintomas gastrointestinais.