O estudo teve como objetivo avaliar o efeito de uma intervenção focada no aumento do aconselhamento dos profissionais de saúde sobre atividade física para os usuários de Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Trata-se de um ensaio comunitário randomizado, com 17 UBS participando do grupo intervenção (GI), onde os profissionais de saúde foram submetidos a uma intervenção com duas palestras de 50 minutos cada e recebimento de folders sobre o tema. Fizeram parte do grupo controle (GC) outras 17 UBS. Foi determinada a prevalência de aconselhamento à atividade física (realizado por profissional de saúde dentro da UBS e por agente comunitário de saúde no domicílio) através de entrevistas com 30 usuários de cada UBS, totalizando 510 entrevistados em cada grupo. Foram calculadas as proporções e intervalos de confiança de 95% (IC95%) de todas as variáveis, sendo utilizado o teste Exato de Fisher. As UBS do GI contavam com 259 profissionais de saúde no momento da intervenção, dos quais 218 participaram de, no mínimo, um encontro. Não foram observadas diferenças nas prevalências de aconselhamento para a prática de atividade física, tanto realizado por profissionais de saúde nas UBS (linha de base: 35,8%, IC95% 31,8 – 40,1; Pós-intervenção - GI: 39,4%, IC95% 35,2 – 43,7; GC: 38,0%, IC95% 33,9 – 42,3), quanto o aconselhamento feito pelos agentes comunitários de saúde nos domicílios (Pós-intervenção - GI: 29,1%, IC95% 23,5 – 35,5; GC: 24,9%, IC95% 19,4 – 31,3). Conclui-se que a intervenção não foi efetiva para modificar a prevalência de aconselhamento à atividade física nas UBS.