A infecção pelo HIV/aids no mundo atinge, desproporcionalmente, determinados grupos sociais, dentre eles a população privada de liberdade. Mediante o impacto da epidemia no âmbito carcerário, organismos internacionais orientam a adoção de estratégias de cuidado, pautadas em evidências científicas, o que determina o impacto positivo no controle do agravo nas prisões. Este estudo objetivou identificar e analisar as evidências científicas disponíveis na literatura sobre a assistência prestada às pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) no âmbito prisional. Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, tendo a prática baseada em evidências (PBE) como referencial teórico. No que se refere às etapas de desenvolvimento da revisão integrativa, procedeu-se à seleção dos estudos, por meio da utilização de descritores controlados e palavras-chaves junto às bases de dados LILACS, PUBMED, CINAHL e Web of Science. Dos 894 estudos recuperados, após leitura de forma independente por duas pesquisadoras, derivou-se uma amostra final de 15 estudos. Houve predomínio de pesquisas realizadas nos Estados Unidos, com população masculina, indivíduos afrodescendentes e com história pregressa de mais de um encarceramento ao longo da vida. A população abordada se encontrava em situação de privação de liberdade, contudo, em processo de transição para a comunidade. De modo geral, as estratégias de cuidado prestadas às PVHA em situação de encarceramento, enfocaram a coordenação e a transição para a comunidade, mediante estratégias de gestão de caso com referência e vínculo para serviços de saúde e sociais, planejamento de alta, tratamento de substituição com a utilização de metadona para dependentes químicos e a Terapia Antirretroviral Diretamente Administrada (DAART) para grupos com baixa adesão ao tratamento, em especial os usuários de drogas. Há que se ressaltarem as investiduras na identificação, sensibilização e engajamento de outros atores-chave, com destaque para egressos do sistema prisional visando a implementação de estratégias educativas, assistenciais e de suporte por pares, bem como a identificação, tentativa de reestabelecimento e fortalecimento de vinculo com a rede de suporte social dos indivíduos privados de liberdade em transição para a comunidade. Destaca-se o papel da enfermagem na viabilização das estratégias de gestão do caso, planejamento de alta, sensibilização e capacitação de atores-chave com potencial de engajamento nas atividades envolvendo o cuidado por pares. Concluiu-se que a assistência no âmbito prisional pautou-se no cuidado ampliado, transcendendo a dimensão clínica do manejo do HIV/aids em si, uma vez que incorporou no bojo das ações desenvolvidas, a identificação e integração de ações e serviços sociais e de saúde, valorizando, deste modo, um processo de cuidar pautado na reinserção social dos sujeitos no período que corresponde ao pré e pós-livramento prisional.