Estudos anteriores apontam que a Formação Itapecuru (Albiano Inferior a Médio) é a unidade litoestratigráica com maior área alorante da seção mesozoica da Bacia do Parnaíba, NE do Brasil. Este trabalho apresenta os resultados relativos à sua caracterização petrográica, a partir de uma ampla coleta de amostras realizada em aloramentos da unidade no norte do Maranhão. A análise revelou que a formação é constituída principalmente por argilitos siltosos e siltitos argilosos. Litotipos psamíticos tais como wackes feldspáticas e arenitos, muito inos a inos, predominantemente quartzosos, subangulosos a subarredondados, ocorrem de maneira subordinada. A sedimentação ocorreu predominantemente por decantação e secundariamente por processos trativos. O exame dos difratogramas de rocha total na fração abaixo de 0,062 mm revelou a presença de quartzo, caulinita, esmectita e illita. Uma característica marcante encontrada é a ocorrência de itoclastos em todas as seções delgadas. Esta gama de atributos permite airmar que a Formação Itapecuru é produto do retrabalhamento de unidades litoestratigráicas sotopostas, cujos sedimentos foram reelaborados por um sistema luvial de baixa energia, com planícies de inundação associadas. A deposição ocorreu sob um clima semi-árido quente com marcada sazonalidade, e com tendência ao aumento da umidade naquela porção setentrional da América do Sul em razão da abertura do Atlântico Equatorial. Do ponto de vista diagenético, o pacote sedimentar não ultrapassou os limites da eodiagênese. Este conjunto de informações permite concluir que pesquisas anteriores, realizadas na parte central e centro-leste da sinéclise, e que caracterizaram as rochas encontradas como essencialmente psamíticas, interpretadas como depositadas em ambiente parálico com inluência marinha, e que foram submetidas à mesodiagênese, pertencem à sotoposta Formação Grajaú.