“…Assim, e assumindo a perspectiva segundo a qual, até o momento, as pesquisas já produzidas sobre o tema (Boesch, 1991;Biro;Matsuzawa, 2001;Crockford et al, 2004;King, 2004;Luncz;Witting;Boesch, 2015) não apresentaram resultados que tenham demonstrado expressões consistentes de capacidade simbólica em chimpanzés (Call;Tomasello, 2008), dado inclusive que a capacidade simbólica humana apresenta-se como um fenômeno total (Mauss, 2015) pois infl uenciou todos os domínios da mente e da vida social (Klein, 2009;Mithen, 2002;Rapchan, 2005;Neves, 2005) e, provavelmente, não se manifestará de outro modo, caso apareça em outra espécie, defendemos que não há resultados de pesquisas sobre primatas ou qualquer outro ser não humano capaz de expressar-se simbolicamente. Contudo, simultaneamente, não se pode descartar a recorrência dessa atitude incorrigivelmente humana, particularmente em situações de empatia profunda e contato intenso de pesquisa, inclusive quando se trata do pesquisador registrando a contrapartida "afetiva" do animal com o qual se relaciona intensamente e que resulta na projeção das habilidades humanas sobre comportamento de não humanos quando se verifi ca alguma semelhança entre eles.…”