Principais Complicações Da Circulação Extracorpórea Em Cirurgias Cardíacas Em Um Hospital Da Região Norte

Abstract

RESUMO: Jonh Gibbon é o pai da Circulação Extracorpórea (CEC) e desde 1953 vários estudos vêm sendo realizados com o objetivo de diminuir a morbimortalidade desse procedimento, já que o perfil de pacientes vem mudando com a realização de cirurgias em pacientes mais idosos e acompanhados de várias comorbidades. O objetivo da pesquisa é analisar as principais complicações em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas utilizando a circulação extracorpórea. Trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva, realizada no hospital Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho-RO, sendo analisados 16 prontuários de pacientes que realizaram cirurgia cardíaca utilizando a CEC no período de janeiro 2016 a dezembro de 2017. Dentre as complicações encontradas no pós-operatório a algia acometeu 9 (56,3%), a hipotensão e leucocitose ambas em 8 (50,0%), arritmia/taquicardia 5 (31,3%), estes com mais frequência, tendo a ocorrência de 3 (18,8%) óbitos. Para a equipe de enfermagem, o conhecimento das complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca com o uso da CEC facilita a implementação de um plano de cuidados adequado, prevenindo maiores complicações, sequelas e até mesmo óbitos.

Extracorporeal circulation time without clinical outcome of patients with cardiac surgery

“…Tais alterações justificam o perfil clínico dos pacientes que realizam cirurgia cardíaca na instituição estudada são em sua maioria homens com uma média de idade por volta dos 60 anos, o que vem de encontro com o perfil demostrado em outros estudos (Almeida et al, 2011;Barros et al, 2019;Cantero et al, 2012;Koerich et al, 2016;Santos et al, 2018). O envelhecimento causa alterações vasculares propiciam a cardiopatias isquêmicas, além disso as estruturas valvulares sofrem espessamento, fragmentação colágena e fibrose o que acarreta disfunções valvares, essas alterações explicam o fato de que as cirurgias mais comumente realizadas são as de revascularização do miocárdio e as trocas valvares tanto em nosso estudo quanto demostrado na literatura (Almeida et al, 2011;Braga et al, 2018;Cordeiro et al, 2017aCordeiro et al, , 2017bJúnior, 2016;Koerich et al, 2016;Mikael et al, 2017;Silveira et al, 2016;Torrati & Dantas, 2012).…”

“…Outro fator que pode influenciar a presença de sangramentos é a hemodiluição, devido a utilização de líquidos cristalóides para o preenchimento do circuito da CEC, que além disso, gera a diminuição do hematócrito sendo indispensável utilização de hemoderivados. A necessidade de transfusão de hemoderivados é uma das complicações mais comuns no período pós operatório, sendo a desordem mais frequente na população estudada neste estudo (Barros et al 2019;Souza & Elias, 2006 A segunda complicação mais frequente encontrada em nosso estudo foram as de origem cardiológica, na qual consideramos as arritmias. O Trauma cirúrgico do miocárdio, presença de distúrbios eletrolíticos e alterações do equilíbrio ácido-base comuns no período pós operatório são capazes de produzir distúrbios de condução que geram arritmias, sendo presentes em até 48% dos pacientes que utilizam CEC (Patra et al, 2019;Souza & Elias, 2006).…”