A exclusão social e educacional de jovens e adultos das camadas populares no Brasil, agravada pela exclusão digital, tem dificultado e impedido o acesso a direitos humanos e fundamentais. Este artigo tem por objetivo analisar o(s) papel(éis) das tecnologias analógicas e digitais em políticas de Educação de Pessoas Jovens e Adultas (EPJA) no Brasil em diferentes períodos históricos. O referencial teórico baseia-se em quatro campos de estudos que se inter-relacionam nesta pesquisa: EPJA, decolonialidade, letramentos e tecnologias em educação. A metodologia segue os aportes da pesquisa documental, tendo sido analisados documentos relativos a: Escolas radiofônicas, Plano Nacional de Alfabetização, Mobral, Projeto Minerva, Telecurso, Fundação Educar, Programa Alfabetização Solidária, Pronera, Programa Brasil Alfabetizado, Projovem, Proeja, Pronatec e Ejatec. Como resultados, identificamos que as tecnologias desempenharam papéis divergentes em decorrência de usos, significados e sentidos tecnicistas ou emancipatórios a elas atribuídos e da qualidade da infraestrutura, conteúdos e recursos tecnológicos disponíveis. O estudo traz contribuições para a problematização de práticas descontextualizadas e massificadoras envolvendo tecnologias digitais da informação e comunicação e argumenta a favor de sua integração ao currículo da EPJA, de forma crítica, autoral e transformadora.