Resumo: Este artigo apresenta um sistema para a classificação de tipos de pisada, se utilizando de um sistema in-shoe para a captação dos dados e de uma rede neural artificial Perceptron de Múltiplas Camadas (MLP) para a classificação. Os sinais foram coletados de palmilhas instrumentadas com sensores piezoelétricos cerâmicos e enviados a um sistema de gravação de dados para processamento. A base de dados utilizada consistiu dos dados de 14 indivíduos, que foram submetidos a 10 seções de caminhada de 10 metros. Os passos foram separados, processados e enviados para a MLP, a qual possui uma camada escondida de neurônios. A quantidade de neurônios foi ajustada e a saída foi avaliada visando uma melhor topologia para a classificação. Como critério de desempenho, utilizou-se a taxa de acerto pela quantidade de neurônios. Por fim, verificou-se que a MLP construída pode ser usada para a classificação do tipo de pisada, além disso, observou-se que com uma quantidade de 11 neurônios se obteve uma média de acerto de 84,07±2,29% nos testes. Palavras-chave: Pressão plantar, sensores piezoelétricos cerâmicos, MLP, tipos de pisada.
Abstract
IntroduçãoA movimentação humana é baseada no contato dos pés com o solo e a reação deste exerce pressões naqueles, o que é denominada por pressão plantar [1]. Dependendo de como ocorre a pisada, impactos podem prejudicar a estrutura óssea dos pés e quadril a ponto de provocar lesões [2]. Estes impactos podem ser atenuados com a correção de postura da pessoa, influenciando diretamente no resultado da pisada e sua marcha [3].Basicamente existem três tipos principais de pisadas: supinada, em que a pisada é para fora, forçando a parte externa no pé; neutra, em que a pisada é realizada de forma correta, distribuindo melhor a pressão em todo o pé; e pronada, em que a pisada é torta para dentro, forçando a parte interna do pé [4]. Por sua vez, a pressão plantar de um indivíduo está relacionada com o seu tipo de pisada [5].Há um crescente desenvolvimento de sistemas para a captação de pressão plantar dentro de tênis ou sapatos, como as palmilhas instrumentadas. Estes dispositivos, denominados in-shoe, podem realizar a leitura da pressão plantar em análises dinâmicas [5]. Diferente de equipamentos de análises podométricas estáticos ou pouco dinâmicos, os equipamentos in-shoe permitem liberdade para que a coleta de dados possa ser realizada em ambientes externos e ações cotidianas, como em caminhadas e corridas [6].A pressão plantar é utilizada em diversos estudos nas áreas de medicina [7], fisioterapia [8], medicina esportiva [9], entre outros. Por sua vez, padrões envolvendo a pressão plantar podem ser reconhecidos por meio de Redes Neurais Artificiais (RNAs) [10] e aplicados em diversas estudos. Dentre eles, destacam-se: identificação e comparação entre marchas normais e patológicas [11], prevenção de feridas na sola do pé por meio do padrão de marcha [12] e detecção de alterações posturais em crianças a fim de evitar desvios na fase adulta [13].A abrangência destes exemplos evidencia a importâ...