A questão norteadora deste ensaio é: como aconteceu o processo que propiciou a emergência e o desenvolvimento da Educação Matemática, até se converter num campo disciplinar e de pesquisa, tanto prática quanto teórica? Será oferecida uma resposta na perspectiva da História Social da Educação Matemática – HISOEM que leva em consideração as práticas socioculturais associadas com processos de ensino, aprendizagem, estudo, avaliação, criação das Matemáticas - tanto acadêmicas quanto escolares e cotidianas - que são protagonizadas por diversos autores/atores - tanto reconhecidos como autores/atores de referência quanto anônimos: professores de aula, vendedores de rua, artistas de diversas áreas, artesãos, bonequeiros, costureiras, etc. O aspecto central desta perspectiva é examinar o desenvolvimento no tempo (História) das interações entre os protagonistas (atores e autores de referência) das diversas situações e práticas sociais (Sociologia) nos múltiplas contextos (cenários de difusão) onde são desenvolvidas práticas de ensino, aprendizagem, estudo e avaliação das diversas variedades da Matemática: acadêmica, escolar e cotidiana (a que é utilizada pelas pessoas nas suas variadas atividades, tanto profissionais quanto não profissionais, como às dos marceneiros, pedreiros, e muitos outros operários ou técnicos; como também assim os artesãos, pescadores, etc.). As noções teóricas assumidas são: as ideias de campo científico, evolucionismo conceitual, prática sociocultural, enfoque histórico cultural e situação social. Metodologicamente, trata se de uma pesquisa teórica documental de natureza reflexivo-interpretativa. Se conclui que a constituição como disciplina da Educação Matemática é um processo epistemológico, sociológico e histórico essas três perspectivas são o fundamento da concepção da HISOEM subscrita nesta exposição