O progresso técnico de um país contribui para o crescimento econômico e para a variação de sua estrutura produtiva. Uma análise multissetorial da evolução da produtividade dos setores econômicos demanda medidas que deem conta de toda sua cadeia produtiva, permitindo capturar o efeito de propagação de progresso técnico entre os setores, fato comumente ignorado em medidas convencionais. Com efeito, este trabalho pretende avaliar a produtividade total do trabalho no Brasil, entre 2000 e 2018, a partir do arcabouço teórico dos subsistemas, que considera o trabalho direto e indireto demandado por dado setor, advindos dos outros setores e de si mesmo, para atender à demanda final. Diante disso, nota-se que os setores industriais apresentam encadeamentos produtivos mais robustos, mas que vêm apresentando baixas taxas de crescimento de produtividade e perda na composição dos empregos no país. O setor agrícola, por outro lado, apresentou taxas de crescimento da produtividade elevados, o que indica alta competitividade, mas com sensível redução de requerimentos de mão de obra, tanto diretos quanto indiretos. Embora este setor tenha menos encadeamentos produtivos, ele ajudou a propagar progresso técnico para os demais setores que adquirem seus produtos como insumos, direta ou indiretamente.