A doença de Graves (DG) é uma condição autoimune e a causa mais comum de hipertireoidismo, sendo mais prevalente em mulheres dos 20 aos 50 anos. Trata-se de uma síndrome envolvendo aumento e hiperatividade da glândula tireóide resultante de fatores genéticos e ambientais. Sua patogênese parte da produção de autoanticorpos TRAb que estimulam os receptores de TSH levando à superprodução de hormônios tireoidianos T3 e T4. Os principais sinais e sintomas são intolerância ao calor, sudorese, fadiga, perda de peso, taquicardia, alterações oculares e bócio. O diagnóstico é feito pelos achados do exame físico e dosagem hormonal elevada de T3 e T4 ou indetectável de TSH. São utilizadas 3 abordagens de tratamento, drogas antitireoidianas (DAT), iodo radioativo (I131) e tireoidectomia. As DATs são as mais prevalentes no Brasil e induzem a remissão da doença após 6 a 12 meses de uso em 30 a 70% dos casos ao reduzirem a síntese de T3 e T4, contudo há um alto percentual de recidiva (60 a 70%), o qual está intimamente relacionado com o tempo de administração das drogas e a adesão ao tratamento prolongado. Assim, este trabalho teve por objetivo avaliar a taxa de remissão de pacientes com hipertireoidismo secundário a doença de Graves sob o uso de DATs no Hospital Regional de Sobradinho (HRS) do Distrito Federal, determinando o tempo médio de uso necessário para alcance da remissão e o perfil epidemiológico dos pacientes do referido hospital. Trata-se de estudo retrospectivo e transversal de caráter descritivo com abordagem qualitativa e de natureza básica, sendo um estudo documental com revisão de prontuários de pacientes que fizeram acompanhamento da DG no HRS de 2015 a 2020. Foram analisados 33 pacientes com diagnóstico de hipertireoidismo no ambulatório de endocrinologia do HRS, destes, 29 são mulheres (4 homens). 93,9% fizeram uso de metimazol e apenas 6,1% usaram Propiltiouracil. A dose máxima utilizada foi de 60 mg, porém a maioria utilizou a dose de 30mg de metimazol (24,2%). Dentre os pacientes avaliados, 6 entraram em remissão com o uso de metimazol e todos os pacientes que entraram em remissão com drogas antitireoidianas tiveram recidiva da doença. Por fim, foram avaliados 29 pacientes e a taxa de remissão do hipertireoidismo foi de 18,2% (n=6), o que vai de encontro com a literatura, que corresponde a uma média de 30 a 50%. Entretanto, entre os pacientes que remitiram com o tratamento primário, houve diferença estatística entre as idades de remissão. A média de idade de quem entrou em remissão foi 33+/- 7 anos e quem não entrou em remissão foi 46 +/- 18 (p valor= 0,008), apresentando significância estatística e colaborando para maiores estudos relacionados ao hipertireoidismo.