RESUMO: Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados à percepção de ruído intenso nas escolas da educação básica no Brasil. Métodos: Estudo transversal com amostra nacional representativa dos professores. A coleta de dados foi realizada com 6.510 professores, de outubro de 2015 a março de 2016. Todos os professores responderam a um questionário via telefone com perguntas referentes à saúde e às condições de trabalho. A medida de associação foi a razão de prevalência (RP), estimada com a regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de ruído ocupacional intenso referido foi de 33,0%. Houve associação positiva ao desfecho os relatos de agitação em sala de aula (RP = 3,41; IC95% 3,07 - 3,75), percepção de trabalhar sob alto nível de exigência (RP = 1,33; IC95% 1,22 - 1,45), ter sofrido violência verbal praticada pelos alunos (RP = 1,21; IC95% 1,11 - 1,31), lecionar para diferentes modalidades de ensino (RP = 1,21; IC95% 1,02 - 1,42) e a escola contar com número de professores atuantes superior a 30 (RP = 1,28; IC95% 1,07 - 1,54). Os professores que relataram um ambiente agradável na escola (RP = 0,81; IC95% 0,75 - 0,87), assim como os que atuavam na área censitária rural (RP = 0,84; IC95% 0,75 - 0,95), perceberam menor ruído no trabalho. Conclusão: A prevalência de percepção de ruído intenso nas escolas brasileiras foi elevada e apresentou significância estatística com as características da escola e do trabalho de professores da educação básica. Esses achados demonstram a necessidade de planejamento de políticas públicas que considerem a redução dos níveis de ruído no ambiente escolar.