Avaliaram-se, por meio de estudo retrospectivo, o perfil epidemiológico, os sinais clínicos, as técnicas cirúrgicas utilizadas e a recuperação de cães apresentados para tratamento de luxação de patela no Hospital Veterinário da UFMG, no período de 2000 a 2010. Utilizaram-se as fichas clínico-cirúrgicas dos cães e registraram-se os dados referentes a cada animal. Foram estudadas 342 articulações nos registros de 210 animais. A luxação medial congênita bilateral foi a apresentação mais frequente, e as fêmeas foram mais acometidas. A idade dos animais variou de 32 dias a 16 anos, com maior ocorrência da luxação nos animais com até um ano de idade e massa corporal inferior a 9,1kg. Em 11,7% dos membros, a luxação era de grau I, em 39,8% grau II, em 20,5% grau III e em 28% grau IV. A frequência de claudicação pré-operatória foi maior nos cães com luxações graus III e IV. Das 342 articulações, 218 foram submetidas à cirurgia. Na avaliação pós-operatória, os animais com luxação grau IV mostraram maior frequência de claudicação. A luxação patelar acomete principalmente fêmeas, sendo a luxação congênita bilateral a apresentação mais comum, e animais jovens e de pequeno porte são mais susceptíveis. A recuperação funcional pós-operatória nas luxações grau IV é lenta e parcial.