A proposta deste estudo se volta à discussão da atuação interseccionada dos sistemas opressivos, a partir da realidade retratada no curta-metragem Vida Maria. O texto se propõe, ainda, a colocar em pauta tensionamentos sobre as políticas públicas – ou melhor, a falta delas – naquele cenário multidimensionado em que vivem a personagem Maria e sua família. O objetivo central do artigo é, portanto, promover um debate teórico-reflexivo, articulando estes dois eixos: interseccionalidade e políticas públicas, a partir das contribuições teórico-metodológicas da Psicologia Social Crítica. Para isso, tecemos breve contextualização sobre a inserção da Psicologia em políticas públicas e, em seguida, situamos as discussões sobre a interseccionalidade como ferramenta de análise da produção cinematográfica. Os resultados alcançados permitem conceber que se coloca como desafio permanente à Psicologia Social a luta pela concretização de políticas públicas articuladas, comprometidas com a efetivação de ações sensíveis à realidade concreta das populações afetadas pelos sistemas de opressão interseccionados