Introdução: A Educação Física e o esporte, hoje, são campos férteis para discussões de gênero, porém, os mesmos carecem de estudos que abordem especificamente as relações de preconceitos que ainda são recorrentes nos esportes. Situações de preconceito ou discriminação são evidentes na prática do futsal, por exemplo - levando assim ao estudo acerca da abordagem entre as relações de gênero no futsal. Objetivo: o objetivo do presente artigo é analisar as relações de gênero presentes na trajetória de mulheres treinadoras de futsal feminino, buscando compreender quais discursos de interdição as rodeiam. Métodos: Optou-se, como método de pesquisa - pela entrevista do tipo semientruturada que combina questões fechadas e com questões abertas, dando a oportunidade à participação mais ampla das entrevistadas. Resultados: Dentre a população de mulheres ouvidas, cerca de 74% alegam que já foram vítimas de discursos misóginos ou machistas no trabalho, e quando perguntadas se elas se sentem amparadas ou protegidas pela instituição pelo qual prestam seu trabalho como treinadoras, a maior parcela (78%) afirmam que não. Conclusão: A baixa representatividade das mulheres em cargos de gerência no esporte é consideravelmente analisada, hoje – devido à predominância dos homens ocupando funções de treinadores, ratificando a característica generificada do esporte e sua reprodução de estereótipos sociais sobre os lugares ocupados por homens e mulheres.