A Reforma Protestante, um dos limiares da modernidade para Hannah Arendt, permanece um tema fértil para especialistas do período. Passados os 500 anos de seu marco inaugural, momento relembrado por eventos e celebrações ao redor do mundo, observa-se um contexto profícuo para um balanço dos estudos que lhe são dedicados. Pela vasta extensão do tema, este ensaio contempla um recorte da historiografia concernente às rupturas religiosas ocorridas na Europa de então, abarcando, sobretudo, a produção das últimas décadas nas academias francesa e alemã. Destacam-se, entre os elementos abordados, as múltiplas interpretações da Reforma Protestante e da Contrarreforma, além da tese da confessionalização e das pesquisas acerca das guerras de religião na França e das vivências religiosas. Busca-se, assim, refletir sobre os olhares diversos da historiografia sobre o tema, sem perder de vista o contexto vivido e os impactos desses movimentos.