Qualidade De Vida De Adultos Com Deficiência Visual Na Grande Florianópolis, Sc

Abstract

ResumoO objetivo deste estudo foi avaliar qualidade de vida (q.v.) em adultos com deficiência visual (d.v.). Foram entrevistadas 168 pessoas (18 a 59 anos). Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada. A percepção de q.v. apresentou uma tendência quando analisada sob o período de incidência da deficiência. Quanto mais tarde as pessoas adquiriram a d.v., menor foi sua percepção positiva com relação à q.v. As mulheres jovens, sem companheiros, com nove anos ou mais de estudo, que trabalham, foram as que apresentaram melhor percepção de q.v. entre os adultos com d.v. Deve-se pensar em estratégias de promoção para saúde, com viés de melhorias na q.v. dos adultos que apresentaram uma prevalência maior para a percepção negativa. Palavras chave: Qualidade de vida. Deficientes visuais. Condições de vida. Estilo de vida. ________________________________________________________________________ IntroduçãoDesde a década de 1960 a expressão qualidade de vida tem recebido atenção crescente, passando de retórica de políticos em campanha para tema de pesquisa e referência para formulação de políticas públicas.Por ser um tema relevante e conceitualmente multidisciplinar, a qualidade de vida das pessoas e de nações tem sido objeto de estudo de inúmeras áreas, incluindo a Sociologia, a Educação, a Saúde Pública e a Educação Física (GILL; FEINSTEIN, 1994;FLECK et al., 1999;NAHAS, 2010).Seidl e Zannon ( 2004) enfatizaram que, na área da saúde, o interesse pelo conceito de qualidade de vida é relativamente recente e decorre, em parte, dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas do setor nas últimas décadas.Não há um consenso sobre a definição de qualidade de vida. Entretanto, admite-se que há múltiplos fatores determinantes dessa condição humana, assim como a influência de diversos domínios, tais como: o meio ambiente, recursos econômicos, relacionamentos, atenção à saúde, condições de trabalho e oportunidades de lazer. Dessa forma, diversos fatores podem estar associados ao constructo qualidade de vida, sendo extremamente complexa a tarefa de medi-la. Dantas, Sawada e Malerbo (2003) corroboraram a ideia de

Nível de atividade física e sua associação com indicadores antropométricos relacionados à saúde em adultos com deficiência visual

“…Aproximadamente 40% dos adultos apresentam estado nutricional dentro da faixa normal, entretanto 55% aproximadamente estão acima da faixa caracterizada normal e dentre estes, um número alarmante é referente a obesidade II que possui cerca de 33% dos avaliados, valores semelhantes acerca do estado nutricional (50% com sobrepeso e obesidade) encontrados em um estudo conduzido no Brasil com 12 sujeitos 19 , e em outro estudo brasileiro (57,8%) com 168 sujeitos 17 . Em um estudo conduzido na República Tcheca com 152 sujeitos encontrou uma prevalência de 67% de sobrepeso e obesidade, valores muito próximo (68,5%) ao levantamento realizado nos EUA com aproximadamente 100 mil pessoas com deficiência visual 18 .…”

“…A relação entre o peso corporal e o risco de doenças é um fator contínuo, pois à medida que o peso aumenta o risco para doenças também aumenta 23 . Entretanto, o uso do IMC pode subestimar as classificações de obesidade e gerar resultados divergentes para a estimativa do %gordura 29 , desta forma é importante avaliar os indivíduos também por meio de outros indicadores antropométricos relacionados à saúde, tais como a razão cintura/estatura, que na presente pesquisa encontrou um valor de 51,2% de adultos com risco aumentado para DCNT, prevalência abaixo dos 60% encontrados em um estudo realizado com 168 adultos com deficiência visual da Grande Florianópolis 17 .Este risco aumentado para as DCNT, pode ser também identificado através de outros indicadores relacionados a saúde, tais como área muscular do braço circunferência da cintura, índice de conicidade, diâmetro sagital e razão cintura/quadril 10 analisados na presente pesquisa. Não foram encontrados estudos que utilizassem estes indicadores em adultos com deficiência visual.…”

“…Apesar do nível de atividade física entre as pessoas com deficiência visual ser menor que a população em geral 13 , ainda não há um consenso na prevalência do nível de atividade física nesta população, visto que utilizando medidas objetivas 14,15 e subjetivas 16,17 em países desenvolvidos e em desenvolvimento encontraram níveis dife-rentes. Aquelas pessoas que não possuem oportunidade ou estímulos adequados para realizar uma atividade física regular, possuem maior risco de se tornarem sedentários em virtude de uma maior limitação, pouca acessibilidade e um maior preconceito com relação as suas possibilidades 17 , consequentemente possuem um maior risco de sobrepeso e obesidade. Estudos com adultos com deficiência visual têm encontrado prevalências acima de 50% de sobrepeso e obesidade tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos 3,[17][18][19] .…”

“…Aquelas pessoas que não possuem oportunidade ou estímulos adequados para realizar uma atividade física regular, possuem maior risco de se tornarem sedentários em virtude de uma maior limitação, pouca acessibilidade e um maior preconceito com relação as suas possibilidades 17 , consequentemente possuem um maior risco de sobrepeso e obesidade. Estudos com adultos com deficiência visual têm encontrado prevalências acima de 50% de sobrepeso e obesidade tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos 3,[17][18][19] .…”

Fatores associados à atividade física na deficiência visual

“…Segundo Scherer (2012), aquelas pessoas com algum tipo de deficiência que não possuem estímulos ou oportunidades para uma prática contínua de atividade física regular são mais propensas a tornarem-se sedentárias, decorrentes de maiores limitações, falta de acessibilidade, além do próprio preconceito com Educación Física y Ciencia, octubre-diciembre 2018, vol. 20, n° 4, e064.…”