Objetivo: Avaliar o nível de resiliência e de religiosidade em pacientes com insuficiência renal crônica, bem como investigar a influência destes elementos na adesão ao tratamento e à terapia farmacológica. Método: O estudo é de abordagem descritiva, transversal e correlacional. Foram incluídos 60 pacientes em hemodiálise. Utilizou-se o prontuário eletrônico para levantamento do início do tratamento e das faltas, bem como os instrumentos: questionário para caracterização pessoal, Escala de Resiliência de Wagnild e Young, Escala de Religiosidade de Duke e Escala de Adesão à Terapêutica de oito itens de Morisky. A análise dos dados iniciou-se com a estatística descritiva, seguida do teste de correlação de Spearman (p<0,05) e da regressão linear. Resultados: A idade média encontrada foi de 59,3 ± 12,5 anos e 66,7% eram do sexo masculino. Constatou-se que houve associação entre resiliência e as variáveis sexo (r=0,281, p=0,030) e status de saúde autorreferido (r=0,424, p=0,01), sendo que a categoria “Independência e determinação” correlacionou-se às faltas nas sessões (r=0,290, p=0,024). Houve também correlação entre a adesão farmacológica e à religiosidade não organizacional (r=0,262, p=0,043) e entre a religiosidade intrínseca e a idade dos pacientes (r=0,300, p=0,020). A regressão linear evidenciou a colaboração da Religiosidade não organizacional na variação da pontuação obtida no domínio “Independência e determinação” (β=0,445, p<0,05). Conclusão: As associações encontradas entre as variáveis sugerem que abordar a religiosidade e resiliência no cuidado com o paciente pode auxiliar a melhorar o padrão de adesão ao tratamento hemodialítico.