Introdução: A criança submetida ao transplante de medula óssea (TMO) pode se sentir fora do controle de sua rotina, pois seus vínculos sociais e afetivos foram interrompidos pela internação prolongada. Objetivo: Compreender os sentimentos experimentados pelo familiar acompanhante em relação ao cuidado à criança/adolescente após o TMO no hospital. Método: Estudo descritivo-exploratório, qualitativo, desenvolvido em uma instituição privada da cidade de São Paulo, Brasil, com seis familiares de crianças submetidas ao TMO. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada após aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (no: 3.955.196). Utilizou-se a análise qualitativa dos dados, segundo o modelo de categorias temáticas de Minayo. Após a transcrição literal das entrevistas, realizou-se leitura abrangente para se obter uma percepção inicial dos relatos. Leituras sucessivas permitiram destacar trechos significativos, agrupados inicialmente a partir das diferenças temáticas no processo de categorização e, posteriormente, agregados por semelhança de conteúdo. A síntese dos discursos deu-se pela aproximação dos pressupostos teóricos aos dados empíricos. Resultados: A partir dos relatos, emergiram cinco categorias que evidenciam a mudança no cotidiano familiar em função do transplante e o seu impacto nas expectativas futuras do acompanhante em relação à saúde da criança, a importância do suporte da equipe multidisciplinar no hospital, o papel fundamental de rede de apoio social e o turbilhão de sentimentos vivenciados pelo acompanhante nesse momento difícil em sua vida. Considerações finais: Conhecer as experiências de familiares acompanhantes da criança hospitalizada submetida ao TMO revela a necessidade de adaptações de todos os envolvidos à nova rotina e do fortalecimento do vínculo com a equipe multiprofissional, que deve se sensibilizar às preocupações da família. Os resultados evidenciam o mérito da abordagem qualitativa para investigações em que situações envolvendo vivências e sentimentos de crianças e familiares sejam contemplados no contexto da saúde.