Resumo: Investiga-se a associação entre a divulgação de despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o nível de inovação nas empresas brasileiras listadas na B3. Adicionalmente, foi analisada a relação entre a governança corporativa e a divulgação de despesas com P&D e da divulgação das despesas da empresa com P&D e o seu valor de mercado. A amostra reúne todas as 350 empresas listadas na B3 no período de 2015 a 2017. Como proxy para inovação, utilizou-se o número de patentes registradas pela empresa, de acordo com o website Espacenet. Como proxy para governança corporativa, foi utilizada a participação da empresa em um dos níveis diferenciados de governança corporativa. E como proxy para valor de mercado, empregou-se o Q de Tobin. A partir do teste de Mann-Whitney, verificou-se que as empresas da amostra que divulgam despesas com P&D tendem a apresentar número de patentes e valor de mercado superiores aos das empresas que não as divulgam. Entretanto, os resultados da regressão revelaram que na maioria das empresas da amostra a divulgação de despesas com P&D não influencia o nível de inovação. De acordo com o modelo de regressão logística, evidenciou-se que as empresas participantes dos níveis diferenciados de governança corporativa apresentam maior propensão a divulgar as despesas com P&D, comparativamente àquelas não listadas. Por meio da regressão pelo Método dos Mínimos Quadrados Ordinários, evidenciou-se que a divulgação de despesas com P&D não impacta o valor da firma. Esses resultados fornecem a reguladores, investidores e intermediários evidências de que nas empresas da amostra a divulgação de despesas com P&D não influencia o nível de inovação, e sugerem que a inovação pode advir não apenas de atividades internas de P&D, ou que as empresas não vêm divulgando essa informação com o nível de qualidade desejável.