RESUMO Objetivo Avaliar a oclusão dentária e a articulação temporomandibular de mulheres com e sem hipermobilidade articular generalizada. Método A hipermobilidade foi avaliada pelo Escore de Beighton, e as voluntárias foram distribuídas, conforme o escore obtido, em dois grupos: com e sem hipermobilidade. A articulação temporomandibular foi avaliada por meio do instrumento Critérios de Diagnóstico para Pesquisa de Desordens Temporomandibulares, e a avaliação oclusal compreendeu a classificação de Angle, presença de sobremordida, sobressaliência e mordida cruzada, padrão de desoclusão e interferências oclusais. Resultados 43 mulheres participaram voluntariamente da pesquisa, 17 no grupo com hipermobilidade e 26 no grupo sem hipermobilidade. A frequência de ruídos articulares e de desvio na abertura da boca foi maior no grupo com hipermobilidade (52,9% versus 38,5% e 76,5% versus 50%, respectivamente), sem diferença significante. Quanto à oclusão, nenhuma voluntária apresentou uma oclusão ideal e não se verificou diferença significativa na Classe de Angle entre os grupos. As alterações na oclusão obtiveram percentual maior no grupo com hipermobilidade (29,4% de sobremordida, 47,1% de sobressaliência e 17,6% de mordida cruzada), sendo que a mordida cruzada apresentou diferença estatística entre os grupos. Conclusão A hipermobilidade não influenciou a oclusão e as amplitudes de movimentos mandibulares nas mulheres avaliadas. Contudo, o maior percentual de ruídos articulares e de desvio não corrigido apresentado pelo grupo com hipermobilidade, mesmo sem diferença entre os grupos, pode constituir um indício de relação entre hipermobilidade e disfunção temporomandibular.