Resumo: A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum que afeta até seis milhões de pessoas em todo mundo. Geralmente o diagnóstico dessa doença é feito através de avaliações subjetivas do examinador que dificultam o diagnóstico e aumentam a probabilidade de erros. Nesse contexto, esse artigo visa a criação de um sistema para discriminar sujeitos acometidos pela Doença de Parkinson de indivíduos saudáveis usando os parâmetros de um modelo Auto Regressivo para analisar as características dos dados e classificadores a fim de encontrar a melhor ordem do sistema para fins de discriminação.
IntroduçãoA doença de Parkinson (DP) é a segunda doença degenerativa mais comum que afeta cerca de 1-2% da população acima de 60 anos e até seis milhões de pessoas no mundo todo [1]. É caracterizada pela deficiência de dopamina no sistema nervoso central (SNC) na região dos gânglios da base, a qual leva a uma desordem de movimento caracterizada pelos sinais e sintomas motores parkinsonianos. Estes sintomas clássicos incluem a bradicinesia, a rigidez muscular, o tremor de repouso e o comprometimento da postura e da marcha. Os graus distintos da doença manifestam os sintomas com predominâncias diferentes que estão relacionados com padrões de início e velocidade de progressão, além dos padrões genéticos [1].Dentre os vários medicamentos usados para tratar a DP, o fármaco levodopa é amplamente utilizado desde os anos 70 [2]. Existem outras opções para o tratamento dessa doença, incluindo procedimentos cirúrgicos ablativos assim como a Estimulação Profunda do Cérebro (EPC) nas regiões do tálamo, globo pálido ou no núcleo subtalâmico [2].Apesar dos avanços obtidos em neuroimagem e genética, o diagnóstico da DP ainda é primordialmente clínico e consiste, inclusive, na comparação visual. Essa avaliação subjetiva da doença dificulta o diagnóstico e aumenta a probabilidade de erros [3].Uma das formas de avaliar se o indivíduo possui a DP e qual o seu estágio é por meio das escalas de severidade. Dentre as diversas escalas existentes, destaca-se a Escala Unificada de Classificação da Doença de Parkinson (Unified Parkinson's Disease Rating Scale -UPDRS) [4]. Essa escala avalia os sinais, sintomas e determinadas atividades dos pacientes por meio do auto relato e da observação clínica. Ela é composta por questões que são divididas em quatro partes, nas quais a pontuação em cada item varia de 0 a 4, sendo que o valor máximo indica maior comprometimento pela doença e o mínimo a normalidade [4].Estudos recentes buscam o desenvolvimento de métodos objetivos para o diagnóstico e acompanhamento da DP, dentre eles, diversos apresentam o uso de sensores inerciais para quantificar e diagnosticar o tremor [2,5,6,7,8]. Pesquisas com acelerômetro estão sendo testadas e avaliadas para determinar o estado geral, a eficácia da terapia medicamentosa e a melhoria da doença de Parkinson. Lemoyne et al. [5], por exemplo, usou um dispositivo vestível com acelerômetro sem fio para rastrear o estado da DP e otimizar a dosagem dos medicamento...